Resenha "Ben-Hur " de Lew Wallace



Edição: 1
Editora: Jangada
ISBN: 9788555390555
Ano: 2016
Páginas: 528




Sinopse: Ben-Hur, considerado um dos maiores livros de todos os tempos, se tornou um best-seller desde o seu lançamento, em 1880. A história se passa nos tempos de Jesus Cristo, e começa com uma traição, quando a família de Judá Ben-Hur é injustamente acusada por um crime, sendo o acusador o melhor amigo de Ben-Hur. Com o objetivo de limpar o nome de sua família, Ben-Hur procura a redenção através das corridas de quadrigas – bigas puxadas por quatro cavalos, usadas em competições esportivas. A jornada de Ben-Hur é uma metáfora para a história do próprio Cristo, ao propagar sua mensagem através de ambientes similares, fazendo deste livro um poderoso e inspirador romance histórico.




Ben-Hur: A Tale of the Christ  (“Ben-Hur: uma história de Cristo”) é um romance escrito por Lew Wallace publicado em 12 de novembro de 1880, que desde sua publicação tornou-se um best-seller. 

Quando se fala em Ben-Hur é inegável que a primeira referência que vem a nossa a mente,  é o filme épico de 1959, dirigido por William Wyler, produzido por Sam Zimbalist para Metro-Goldwyn-Mayer e estrelado por Charlton Heston, ganhador de 11 Oscar. Então quando me foi proposto  ler o texto original de Lew Wallace, relançado pela Jangada do grupo Pensamento-Cultrix, foi um prazer.

Caso você nunca tenha ouvido falar de Ben-Hur: a história é sobre Judá Ben-Hur, um nobre judeu que tem a sua vida e de sua família destruída, acusado injustamente de traição ao Império Romano, pelo seu melhor amigo Messala, durante a época de Cristo. A história é uma jornada de redenção, sua trajetória do nobre ao escravo das galés e seu retorno glorioso como condutor de quadrigas, ao mesmo tempo que é uma metáfora da vida de Cristo: traição, sofrimentos, redenção e salvação. 




O livro incia com um verdadeiro presente, o tradutor Davi Emídio Rago nos traz a biografia de Lewis “Lew” Wallace (1827 -1905), controversa figura do século XIX, que em sua vida pessoal foi uma figura tão emblemática quanto seus personagens: Lew foi escritor, militar, advogado e diplomata dos EUA. E sua história é repleta de casos ímpares. Em 1862, durante a Guerra de Secessão, teve sua ascensão e queda no meio militar, em março deste ano, foi nomeado o mais jovem general de divisão da União, graças a eu feito na tomada do Forte Henry. Contudo em abril, na Batalha de Shiloh, foi acusado injustamente de atrasar-se na movimentação de suas tropas, devido as confusas ordens de Ulisses Grant (comandante do exército nortista), o que ocasionou a morte e o ferimento de 26 mil soldados. Wallace foi responsabilizado por Grant e foi afastado do comando por 3 anos. A acusação injusta e sua luta pela redenção, podem ter sido a inspiração para a história de Judá. Outro incidente que faria fama a sua pessoa, seria a sua participação na Guerra do Condado de Lincoln e sua relação com um notório pistoleiro: Willian Henry Bonney, mais conhecido como Billy the Kid. Wallace foi governador no Novo México (1878-1881), e teria feito um acordo com Kid para testemunhar um assassinato, prometendo um salvo-conduto. Contudo o salvo conduto foi revogado e Wallace nomeou Pat Garret para xerife, ex-companheiro de Kid, e que  o assassinou em 1881, há muitos mitos envolvido a figura de Kid, mas o livro não trata sobre ele e sim sobre Ben-Hur.

A grande ironia sobre o livro é que o projeto inicial de Wallace era um romance histórico, no qual a figura de Cristo fosse retratada sob o ponto de vista histórico, mas uma conversa de trem com Robert Ingersoll, em 1876, mudaria completamente o ponto de vista, e acabou-se tornando uma das maiores e emocionantes histórias cristãs do mundo. A forma como foi difundida foi um assombro: em 1886, os royalties de sua publicação já alcançavam o valor de 11 mil dólares anuais (cerca de R$ 900.00,00 em valores atuais). Em 1899, cerca de 400 mil exemplares já tinham sido vendidos. Sendo no mesmo ano adaptado para o teatro, sendo sucesso absoluto na Broadway, sendo reapresentada por 18 anos não consecutivos. Foi adaptado para o cinema em 1907, 1925, 1959, 2003 e 2016 (com Rodrigo Santoro no papel de Jesus). Teve também uma minissérie televisa em 2010.
O tradutor Davi Rago também faz uma analogia, que eu acho importantíssima, entre Ben-Hur e a batalha Shiloh (que citei acima) e a chegada dos judeus aos EUA, em busca do american dream. O livro seria uma mensagem para que os judeus se convertessem ao cristianismo, que viveriam melhor  no Novo Mundo.
Ben-Hur não é um livro de leitura fácil, é fruto de uma intensa pesquisa de Wallace, nas melhores bibliotecas de seu tempo: História, Geografia, Mitologia e Religiões Comparadas e Idiomas Estrangeiros fora pesquisado. A versão da Pensamento, traz inúmeras notas explicativas para elucidar algumas dúvidas e servir mesmo de elementos introdutórios para futuros estudos, Como é um texto do século XIX alguns elementos podem ser questionados em relação ao avanço da pesquisa histórica, neste mais de um século de sua publicação, mas seu cuidado em realizar um romance histórico com este cuidado na pesquisa, só abrilhanta ainda mais o trabalho.
Wallace faz um paralelo entre a história de Jesus e a estória de Ben-Hur, e relata do nascimento de Cristo, a chegada dos Três Reis Magos (que tem papel importante na trama), até a sua morte na cruz, e um pouco além, na perseguição aos primeiros cristãos e o papel que Ben-Hur terá na cristandade, mas qual papel só lendo o  livro.

É um excelente livro, um épico romance histórico, para você ler com atenção e uma belíssima história cristã. Independente de ser cristão ou não é uma história de amor e redenção, de lutar por algo maior, valores apreciados em qualquer religião.



Livro cedido em parceria pelo Grupo Pensamento


4 comentários

  1. OLá Marcelo!
    Adoro esse tipo de livro e fiquei muito curiosa. Quero ver o filme nos cinemas e provavelmente irei ler também :)
    Bjs

    EntreLinhas Fantásticas - Participe do nosso SORTEIO do DIA DO HOBBIT

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  2. Eu já tenho há algum tempo vontade de conhecer a história de Ben-Hur, calha que o livro foi escrito justamente no período que eu estudei no meu mestrado então... Enfim, adorei a resenha, super completa, elucidativa um convite para o livro e para o filme do tipo tentador.

    Pandora
    O que tem na nossa estante

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  3. Muito bom! Desde que vi o elenco imaginei que seria uma grande produção, já que tem a participação de atores muito reconhecidos de Hollywood, como Toby Kebbell. O último que eu vi foi Ouro E Cobiça, na minha opinião, foi um dos melhores filmes de drama que foi lançado. O ritmo é bom e consegue nos prender desde o princípio, cuida todos os detalhes e como resultado é uma grande produção, um filme que se converteu em um dos meus preferidos. Sem dúvida o veria novamente! É uma boa opção para uma tarde de filmes.

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