Resenha do livro " A filha da minha mãe e eu" de Maria Fernanda Guerreiro - Selo Novo Conceito / Jovem


A FILHA DA MINHA MÃE E EU


"Mesmo quem nos ama às vezes não consegue ver quem realmente somos"   

Sinopse

Sensível e tão real a ponto de fazer você se sentir parte da família, A filha da minha mãe e eu conta a história do difícil relacionamento entre Helena e sua filha, Mariana. A história começa quando Mariana descobre que está grávida e se dá conta de que, antes de se tornar mãe, é preciso rever seu papel como filha, tentar compreender o de Helena e, principalmente, perdoar a ambas. Inicia-se, então, uma revisão do passado – processo doloroso, mas imensamente revelador, pautado por situações comoventes, personagens complexos e pequenas verdades que contêm a história de cada um.

Titulo: A Filha da Minha Mãe e Eu
Ano de edição: 2012
Autora: Maria Fernanda Guerreiro
Número de páginas: 272






“A filha da minha mãe e eu” é um livro curioso, como todo texto que versa sobre a relação de mãe e filha sempre nos leva a pensar e repensar a nossa relação com nossos pais e nos convida a fazer do blog divã. O Luciano do.Livro comentou isso em sua resenha e, nesse momento no qual construo a minha, começo a pensar que não fazer do blog divã ao falar desse livro é uma tarefa difícil.

No meu caso, se eu fosse escrever um livro o titulo séria “A filha do meu pai e eu” rsrsrs... Porque sim, como grande parte dos que me seguem e perseguem no blog sabem, minha relação com meu pai é complicada. Em alguns pontos se assemelha a de Mariana com sua mãe e em outros é idêntica ao ponto de fazer a leitura pesar e eu me perguntar se não estou precisando seguir o exemplo dela e ir fazer análise.

Enfim, passado o momento divã, tenho que dizer que a estratégia de escrita da Maria Fernanda foi a narrativa em primeira pessoa. Quem conta a história toda é a Mariana, personagem principal da história, indo do passado para o presente e do presente para o passado ela nos mostra a sua história e a história de sua família, pai, mãe, irmã, avós, avôs e tia.

Ela nos conta como eles se tornaram as pessoas que são e os seus caminhos, de certa forma a narrativa dela me lembrou um pouco a de Isabel Allende em A casa dos espíritos, mas estou dizendo que lembrou, não estou fazendo comparações, mas essa coisa de uma mulher contando história de mulheres fortes, cruzando presente e passado com reflexões me faz lembrar de Allende e até deu vontade de reler "A casa dos espíritos".

Mas, voltando a Mariana e a saga de sua família, aos poucos nós vamos conhecendo sua história e acompanhando seu crescimento e como se desenrola sua relação com a mãe durante a infância, a adolescência, a juventude e vida adulta a fora. Seus conflitos, suas vitórias, suas derrotas, seus amores bem e mal sucedidos.


Em alguns momentos ela olha para si e para sua mãe e diz: “Nós mudamos!” Mas, eu discordo dela, já vi tantas vezes a história que ela conta se passar em minha frente durante meus anos de professora de escola dominical e mesmo dentro de casa que eu diria apenas que ela cresceu. Aliás, nós acompanhamos justamente isso, o crescimento dela como filha e da mãe dela como mãe.

Algumas atitudes da mãe de Mariana, a dona Helena, são sim discutíveis, talvez até abusivas. Porém, não existe no mundo para ninguém uma escola na qual nós aprendemos a ser mãe, isso é uma coisa que só se aprende na prática. Como professora eu também aprendi a evitar julgar as mães, nem sempre consigo, mas juro que tento e a Mariana também a partir de certo momento da vida, até porque se não existe manual de pai e mãe também não existe manual de filho e filha, nós também aprendemos a ser na prática e acreditem não é fácil.

A Mariana ama desesperadamente a mãe e a recíproca é verdadeira, encontrar um caminho que permita as duas demonstrar esse amor é o dilema das duas, mas não só delas, muitos pais e filhos vivem isso. Encontrar o equilíbrio é difícil, alguns nunca encontram, mas não é o caso de Mariana, espero que não seja meu caso também.

Ah, mas para não deixar de ser chata, tem um momento no qual a Maria Fernanda conta em seu livro que a mãe da Mariana leva o irmão que era especialista em quebrar brinquedos para dar um passeio pela favela e ver crianças que não tem brinquedos para brincar. Não gostei disso, é uma visão reducionista da coisa, eu moro minha vida inteira em uma favela, ou comunidade popular (que é mais simpático), e nunca me faltou brinquedos ou comida, nem a mim nem a meus irmãos e primos. Sim, eu sei que foi apenas um parágrafo, mas quando o assunto é a forma como os autores falam de favelas ou comunidades populares eu fico muito sensível. #SouChata

Enfim, eu curtir ter caminhado com a Mariana pela sua história, seus altos e baixos, suas venturas e desventuras. Foi uma boa aventura, a leitura não é difícil, a Maria Fernanda é uma boa contadora de histórias, escreve de uma forma tranqüila e até reflexiva, as vezes é um pouco clichê, mas não é ruim de forma alguma.


Book Trailer




A Saleta de leitura espera em breve estar postando uma entrevista com a autora  Maria Fernanda Guerreiro  onde vamos  conhecer um pouco sobre a sua história. 
 
Aguardem que  será tema de uma próxima postagem.

 
 
Avaliado com 3 livrinhos


27 comentários

  1. Não tenho dúvidas de que é um livro para refletir, é a primeira resenha que leio sobre ele e me deixou com mais vontade ainda de ler.
    Bjos.
    Rafa :)
    Blog Melody
    http://rafaacarvalho.blogspot.com.br/

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    1. Que bom que vc ficou com vontade de ler Rafa, se vc chegar a ler me conta se concorda comigo ou discorda táh?!?!?

      Cheros!!!

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  2. Pelo que você contou, acho que a história é melhor do que o que eu esperava. Outro dia assisti valente e me senti como você: num divã. Chorei e tudo. Meu maior mico foi qdo o garotinho ficou me encarando no cinema enquanto eu tentava me controlar. Senti-me menos ridícula qdo olhei pro lado e vi minha amiga chorando tb kkkkkk.

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    1. Aleska, não é só você que paga mico assistindo a filmes infantis no Cinema, quando fui ver Up - Altas Aventuras com a minha filha e marido, tive que conter os soluços na cena do casal Carl e Ellie, que ia envelhecendo juntos...

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    2. Aleska, incrivelmente dessa vez eu não cheguei a chorar lendo o livro, mas geralmente eu me acabo em lágrimas com muita facilidade, nem tenho mais vergonha rsrsrs Você devia me ver assistindo filmes espiritas é um drama minha filha tão grande rsrs... E olha que nem sou espirita!!!

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  3. Pandora
    Também tenho dificuldades no relacionamento com a minha mãe, somos muito diferentes e demoramos a aceitar as diferenças uma da outra. Realmente só passamos a entender melhor nossa mãe quando nos tornamos mães; frase clichê, mas é fato.

    Ótima resenha, e porque não deitar um pouquinho no divã gratuito e personalizado de nossos blogs??

    Beijos... Elis Culceag. www.arquivopassional.com

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    1. Pois é Elis, porque não deitar, especialmente quando a gente sabe que vai ser compreendido e até encontrar quem se identifique com nossas crises?!?!? Relação Pais/filhos é sempre tão difícil!!!

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  4. Jaci,

    eu gostei do livro com as ressalvas que fiz na minha resenha - e obrigado por linkar ;) - é um livro difícil para quem não gosta de títulos mais densos, introspectivos, ou não estão preparados para pensar seu convívio com sua própria família. Acho que não dá para ler este livro sem repensar a dinãmica da nossa própria família, esse, por sinal, é o maior trunfo do livro, para mim, e faz com que ele deva ser lido.

    Resenha show ;)

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    1. Luciano obrigada!!! E sim linkar é preciso néh, afinal somos companheiros de virtualidade, de amor a livros e de estilo bloguistico, afinal tanto o PontoLivro quanto a Saleta são blogs literários!!!

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  5. Tenho muita vontade de ler esse livro, tenho um relacionamento complicado com minha mãe pq temos muitas opiniões diferentes e isso acaba dificultando nosso convívio. Gostei muito da resenha, fiquei mais interessada em ler o livro. É para ler e refletir mesmo.

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  6. História comovente,relacionamento entre mãe e filhos é um tema polemico,porem eu me dou super bem com a minha.Bjs

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    1. Eu também me dou super bem com a minha Alyne, como disse minhas questões mais firmes são com meu pai rsrs

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  7. "Momento divã"...haha, com certeza é o tipo de livro que nos traz inúmeras reflexões acerca de nossas relações familiares.

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  8. tenho muita vontade de ler esse livro ;~~
    eu até estava participando de um BT dele, mas alguma engraçadinha roubou o livro e eu não recebi :'(

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    1. Rayme vc corre o risco de gostar muito desse livro, ele narra uma experiencia legal de se ler!

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  9. Estou curiosa sobre o livro, na verdade fiquei receosa... É um tema muito bom de se explorar, mas pode ir pro caminho errado e fica boring! Mas pela sua resenha não é isso que aconteceu de maneira geral.

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    1. Preciso ler pra poder opinar mais =D
      bjs

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    2. Relação entre mãe e filha sempre rende, no meu caso meu "drama" é mais com meu pai, como disse se o livro fosse meu se chamaria "A filha do meu pai e eu", mas o caminho desse livro é tranquilo Hortencia, da para levar sem grandes riscos.

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  10. Adoro livros que me fazem refletir, o assunto foi bem escolhido.

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  11. Gosto de tramas familiares, geralmente nos fazem refletir, ;)

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    1. É esse o melhor trunfo desse livro Gladys, nos faz refletir!

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  12. Gosto de livros assim que falam de relações humanas que quase sempre não são perfeitas.Achei muito interessante esse livro como aborda a relação entre mãe e filha. Gostei muito da sua resenha.

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    1. Obrigada Maristela! Também gosto de livros que falam de vida familiar. Me ajudam a resolver meus conflitos!

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  13. Achei muito interessante a história, além de comovente. Estou com muita vontade de lê-lo! *-*

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    1. Eu também achei comovente em alguns momentos! #Confesso

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