Cine Saleta em " Os três Mosqueteiros "





A Vilã


Por esses dias estive, entre outras coisas, lendo o celebre livro "Os Três Mosqueteiros", presente da Menina Velha mais fofa do mundo Ana Seerig que além de me presentear me acompanhou durante a leitura comentando me ouvindo no meu passo a passo, foi um prazer, já tinha esquecido o quanto é bom comentar um livro com alguém que o leu antes... Saudades de quando eu e Aline líamos juntas...



 Depois da leitura, é justo que siga-se uma postagem a respeito, mas vou contar uma coisa a vocês, nesse livro não foi os lindos mosqueteiros Porthos, Athos, Aramis ou o fofíssimo D'artagnan que ganharam minha admiração e atenção, quem ganhou minha atenção realmente foi A vilã: Milady, cujos talentos para fazer o mal deixavam até o Cardeal, seu cúmplice e protetor, arrepiado. Aliás, ao receber a notícia de sua derrocada, ele até premia o responsável, sente alívio.

 Sinceramente, o cinema ainda não fez justiça a essa vilã, ela não é essa pessoa que você olha e sabe que é má na hora!

 Ela tem ar de inocente, cândida, angelical, olhando as imagens da última adaptação para o cinema vi que entre todas as atrises a que mais se encaixa no perfil de Milady seria a que fez Constança, a amante de D'atangnan, pura candura, loira, alva como a ideia ocidental de anjo.




 Parece que os produtores dos filmes não se dão ao trabalho de ler os livros, Milady é o tipo que deixa de lado a Madrasta Má da Branca de Neve, que peca como vilã por mostrar sua verdadeira face de cara, só um bobo poderia engoli essa mulher como boazinha, a gente olha de cara e sabe quem ela é. Ela não é tão boa em dissimulação, Milady é, ela engana até o Athos, o mais inteligente e perspicaz dos mosqueteiros, destrói seus sonhos, sua inocência, lança ele em tão profunda amargura que o mosqueteiro só consegue afogar suas magoas em vinho! Acho que Milady convenceria até o Espelho Mágico de sua beleza no auge dos 25 anos.


Também deixa para trás a celebre Lady Macbeth de Shakespeare, responsável por instigar a ambição de Macbeth, por leva-lo a trair seu Rei, a matar, a ser traiçoeiro, capaz de transforma um pequeno fogo de ganancia em um incêndio voraz capar de destruir uma cidade inteira. Lady Macbeth poderia ser a  personificação do Demônio Cristão, uma mulher de maldade incrível, capaz de dizer coisas assim:
 
"Já amamentei, e sei como é bom amar a criança que me suga o leite. E, no entanto, eu teria lhe arrancado das gengivas desdentadas o meu mamilo e, estando àquela criancinha ainda a sorrir para mim, teria lhe rachado a cabeça tivesse eu jurado fazê-lo, como tu juraste fazer o que queres fazer."
(Shakespeare, Macbeth, p. 34-35)


Mas, até mesmo essa mulher terrível fraqueja e em sonhos entrega seus segredos sangrentos, Milady não perde a pose nunca! Uma perfeita psicopata, homicida, inteligente, observadora, analisa tudo e todos que estão a sua volta, sempre mil passos adiante de seus perseguidores. Quem está em seu caminho sucumbe diante de sua capacidade vingativa, deixa um rastro de sangue por onde passa, aí dos que entram em seu caminho, na pior das adversidades ela friamente analisa, pensa, pondera e nas palavras de Dumas-Pai:

"E Milady deitou-se e adormeceu com um sorriso nos lábios; quem quer que a visse dormindo diria que era uma menina sonhando com a coroa de flores que poria na cabeça na próxima festa."
(Dumas, Os três mosqueteiros, p. 413)

Capaz de fazer pecar qualquer santo, de enganar até mesmo o mais astuto, de levar a morte o mais experiente, uma pessoa assustadora, sem limites! Se ela fosse a madrasta ou a vilã das histórias Disney as princesas nunca iam sobreviver para tirar uma onda dessas por exemplo:



Porque, apesar de ser derrotada no final, como acontece com toda vilã, quase todas as vinganças que ela planejou foram realizadas de um jeito ou de outro. Para ser vencida todos os seus inimigos tiveram que juntar foças e não pense que ficaram felizes depois do fim, não ficaram não violão, porque não conseguiram evitar grande parte de seus crimes... Seus corações ficaram destroçados no final das contas!

Ela é a mãe de todas as nossas odiadas vilãs da teledramaturgia, olhando para as vilãs de fins do século XX e de início do XXI vejo que muitas delas reúnem com maior e menor sucesso características dela, não sou o tipo "noveleira", na verdade estou sendo iniciada agora nessa arte pelo meu nobre pai que se descobriu um fã de novelas.

 
* Postagem da colaboradora *
Parte post  Uma Pandora e sua caixa  

Capa e vídeo acrescentados ao post

4 comentários

  1. Então, eu ainda não assisti este filme, li o livro há muuuito tempo atrás e tenho notado que as pessoas andam comentando bastante sobre o filme.
    Realmente você tem toda a razão em dizer que os produtores dos filmes não se dão ao trabalho de ler os livros, ou é isto ou eles se acham mais criativos que os autores....vai saber né.
    Vou assisti e tirar minhas conclusões.

    Vanessa - Balaio

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  2. Pandora
    Ainda não assisti a essa versão de "Os três Mosqueteiros", mas tenho uma relação de carinho com a que passou em 1993, pois no meu primeiro encontro com meu atual marido fomos ver esse filme no cinema. Assisti ao trailer e fiquei interessada nessa versão moderna da história. Concordo com você que os produtores dos filmes deveriam se atentar mais as características originais dos personagens quanto se trata de adaptações literárias. Beijos...Elis Culceag.

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  3. Olá,
    Nunca li o livro, e ainda não assistir essa versão dos “ Três Mosqueteiros”, mas pelo que vi pelo trailer, o filme deve ser muito bom.
    Ótima resenha !!!
    *bye*

    loucaporromances.blogspot.com

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  4. Bem o filme é muito legal eu gostei de trazer para o lado mais moderno já vi filmes deles mais antigos e gosto de todos, o livro é parecido com qual estoria?

    bjos

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