Marjane Satrapi tinha apenas dez anos quando se viu obrigada a usar o
véu islâmico, numa sala de aula só de meninas. Nascida numa família
moderna e politizada, em 1979 ela assistiu ao início da revolução que
lançou o Irã nas trevas do regime xiita - apenas mais um capítulo nos
muitos séculos de opressão do povo persa.
Vinte e cinco anos depois, com os olhos da menina que foi e a consciência política à flor da pele da adulta em que se transformou, Marjane emocionou leitores de todo o mundo com essa autobiografia em quadrinhos, que só na França vendeu mais de 400 mil exemplares.
Em Persépolis, o pop encontra o épico, o oriente toca o ocidente, o humor se infiltra no drama - e o Irã parece muito mais próximo do que poderíamos suspeitar.
Vinte e cinco anos depois, com os olhos da menina que foi e a consciência política à flor da pele da adulta em que se transformou, Marjane emocionou leitores de todo o mundo com essa autobiografia em quadrinhos, que só na França vendeu mais de 400 mil exemplares.
Em Persépolis, o pop encontra o épico, o oriente toca o ocidente, o humor se infiltra no drama - e o Irã parece muito mais próximo do que poderíamos suspeitar.
- Autores: MARJANE SATRAPI
- Gênero: HQ/Historias Em Quadrinhos/Comics
- Editora: COMPANHIA DAS LETRAS
- ISBN: 9788535911626
- Páginas : 352
História+bom humor+quadrinhos = Persépolis.
Persépolis
é um trabalho lindo, com ele Marjane Satrape brincando de contar sua história,
acaba contando uma face da história do seu povo, dos Iranianos descendentes dos
antigos e poderosos Persas. E sim, quando os artistas decidem contar episódios
da história de seu povo é sempre bom a gente se segurar, porque costuma sai
dessa experiência coisas muito boas.
Ela coloca a gente pra fazer uma viagem que começa quando os árabes invadem a Pérsia em 642 d. C. e derruba a dinastia dos Sassânidas, passa pelo século XII e os mongóis, caminha pelas idas e vindas dos mundos muçulmano, chega às Guerras do século XX e cai em 1980, um ano após a Revolução islâmica e enfim chega a garotinha fofa que ela era aos 10 anos de idade.
Então a gente conhece uma menina iraniana "normal" que vive o inicio de uma revolução com todas as suas problemáticas e é isso mesmo que ela mostra com seus traços vigorosos e seu bom humor, tanto que o primeiro "capitulo" diz respeito ao uso de véu, que em 1980 passou a ser obrigatória e como as crianças encaram isso de forma super descontraída na escola sem entender o porquê daquela novidade, aliás, as questões referentes ao uso do véu vão ir e voltar nessa história todo o tempo e geram de boas piadas a boas reflexões.
No mais a família de Marjane não é uma família tão comum assim, eles eram, nas palavras de Marjane, até que modernos, possuem uma posição econômica consideravelmente boa, então ela tem acesso a cultura e se percebe que na vida dela desde cedo fé, política, economia e diferentes visões da História se misturam de um jeito tão louco que sonho de infância dela era ser profeta.
Ela pensava em ser a primeira Profetisa mulher e ao mesmo tempo admirava os grandes heróis socialistas da década de 80 do século XX. Tipo, Che Guevara, Fidel e Trotsk, chegando até a achar semelhanças entre Deus e Marx. Aliás, é verdade que as representações comuns de Marx são muito parecidas com as representações clássicas de Deus como homem velho e barbudo.
E essa coisa de mostrar ângulos diferentes, pessoas diferentes e junções subjetivas meio estranhas como Marx e Deus dialogando e uma menina que quer ser profeta, mas admira Fidel Castro é coisa que me fizeram amar Persépolis de cara.
Logo de cara fiquei fascinada, achei que os quadrinhos eram um ótimo recurso didático, já que trata de história de uma forma descontraída e real, mostra o macro das grandes propagandas estatais e o micro das reações das pessoas a elas, as peculiaridades da cultura persa, a forma como as pessoas reagiam a revolução, ao menos as pessoas da classe média.
Satrapi se permite falar de tudo; da revolução que tirou o Rei do poder; das subtilezas do regime islâmico que impôs depois dele; das mulheres e dos homens em seu cotidiano; das estratégias que as pessoas tinham para conseguirem ter mais liberdade; de quando sua família assustada com bombardeios e perseguições durante a longa guerra Irã x Iraque envia ela com 14 anos para a Áustria e o que aconteceu por lá; da sua depressão pós-guerra; da bagunça que fica quando um milhão de pessoas são mortas, tantas outras são mutiladas e famílias ficam destruídas no espaço de oito anos; da vida nas universidades; da vida familiar: namoro, casamento; das relação regime x população; do processo de alienação cultural; do que choca e do que emociona.
Nota:5,0
Ela coloca a gente pra fazer uma viagem que começa quando os árabes invadem a Pérsia em 642 d. C. e derruba a dinastia dos Sassânidas, passa pelo século XII e os mongóis, caminha pelas idas e vindas dos mundos muçulmano, chega às Guerras do século XX e cai em 1980, um ano após a Revolução islâmica e enfim chega a garotinha fofa que ela era aos 10 anos de idade.
Então a gente conhece uma menina iraniana "normal" que vive o inicio de uma revolução com todas as suas problemáticas e é isso mesmo que ela mostra com seus traços vigorosos e seu bom humor, tanto que o primeiro "capitulo" diz respeito ao uso de véu, que em 1980 passou a ser obrigatória e como as crianças encaram isso de forma super descontraída na escola sem entender o porquê daquela novidade, aliás, as questões referentes ao uso do véu vão ir e voltar nessa história todo o tempo e geram de boas piadas a boas reflexões.
No mais a família de Marjane não é uma família tão comum assim, eles eram, nas palavras de Marjane, até que modernos, possuem uma posição econômica consideravelmente boa, então ela tem acesso a cultura e se percebe que na vida dela desde cedo fé, política, economia e diferentes visões da História se misturam de um jeito tão louco que sonho de infância dela era ser profeta.
Ela pensava em ser a primeira Profetisa mulher e ao mesmo tempo admirava os grandes heróis socialistas da década de 80 do século XX. Tipo, Che Guevara, Fidel e Trotsk, chegando até a achar semelhanças entre Deus e Marx. Aliás, é verdade que as representações comuns de Marx são muito parecidas com as representações clássicas de Deus como homem velho e barbudo.
E essa coisa de mostrar ângulos diferentes, pessoas diferentes e junções subjetivas meio estranhas como Marx e Deus dialogando e uma menina que quer ser profeta, mas admira Fidel Castro é coisa que me fizeram amar Persépolis de cara.
Logo de cara fiquei fascinada, achei que os quadrinhos eram um ótimo recurso didático, já que trata de história de uma forma descontraída e real, mostra o macro das grandes propagandas estatais e o micro das reações das pessoas a elas, as peculiaridades da cultura persa, a forma como as pessoas reagiam a revolução, ao menos as pessoas da classe média.
Satrapi se permite falar de tudo; da revolução que tirou o Rei do poder; das subtilezas do regime islâmico que impôs depois dele; das mulheres e dos homens em seu cotidiano; das estratégias que as pessoas tinham para conseguirem ter mais liberdade; de quando sua família assustada com bombardeios e perseguições durante a longa guerra Irã x Iraque envia ela com 14 anos para a Áustria e o que aconteceu por lá; da sua depressão pós-guerra; da bagunça que fica quando um milhão de pessoas são mortas, tantas outras são mutiladas e famílias ficam destruídas no espaço de oito anos; da vida nas universidades; da vida familiar: namoro, casamento; das relação regime x população; do processo de alienação cultural; do que choca e do que emociona.
Nota:5,0
Postagem da colaboradora
Resenha postada skoob Pandora em 05/05/2011
Oi Pandora!
ResponderExcluirNunca li um HQ, e na minha ignorância, não sabia que esse tipo de enredo poderia ser transposto para os quadrinhos. Essa história me pareceu bem interessante!
Me tira uma dúvida amiga, quanto a nota 5, é numa escala de 0 a 5 ou de 0 a 10?
Beijos... Elis Culceag.
www.arquivopassional.com
Olá Elis
ExcluirAproveito para responder a sua dúvida. A nota é de uma escala de 1 a 5. Na aba lateral da Saleta está a Grade de avaliação e essa nota considera o livro excelente.
Obrigado pela visita e comentário e realmente é um HQ muito emocionante. Li o número 1 e fiquei maravilhada.
Beijos
Irene
Oi Irene!
ExcluirObrigada por responder,fiquei muito interessada mesmo!
Bjs... Elis Culceag.
Elis, o mundo dos quadrinho é muito maior que o das revistinhas da DC e da Marvel, eu me realizei quando descobri isso!!! Tem tanta coisa boa sendo produzida!!! O que me lembra que tenho que tomar vergonha na cara e falar mais sobre esse universo!!!
ExcluirOlá!
ResponderExcluirNão conhecia o livro mas fiquei fascinada com a história e, respectivamente com a resenha.
Parabéns,querida!
Zilda Mara
Cachola Literária
Jaci!
ResponderExcluirQue livro super diferente dos convencionais. Apaixonei depois de ler sua resenha. E amei o booktrailer.
Desejo um final de semana repleto de realizações!
Luz e paz!
Cheirinhos
Rudy
http://rudynalva-alegriadevivereamaroquebom.blogspot.com/
Obrigada Rudynalva!!! Que bom que vc gostou, Persepolis é mesmo emocionante!!!
ExcluirNossa, eu preciso ler esse livro. Adoro essas temáticas e gosto muito de historias em quadrinhos. Faz seculos que não pego em livros assim e esse tema é muito atual. Acho q a ultima biografia que li faz 3 anos, e o modo de relatar a historia da autora parece mesmo muito original
ResponderExcluirvou ler =D
@LeituraCappucci
E é Raíssa, ela é muito divertida!!!
ExcluirEsse livro é realmente magnífico!
ResponderExcluirJá vi o filme também e recomendo, é muito bom ;)
Renata
http://escutaessa.blogspot.com/
@blogescutaessa
Só me falta ver o filme Renata, mas quando alguém recomenda a gente já fica animada para ver!!!
Excluir