Resenha do livro "Nunca Diga Adeus" - Doug Magee - Editora Arqueiro


Sinopse: Com apenas 9 anos, Sarah está prestes a viver uma grande aventura: vai viajar sem os pais pela primeira vez na vida. A viagem tinha tudo para ser feliz e inesquecível, mas logo se transforma num terrível pesadelo. Sem o marido para ajudá-la, Lena, mãe de Sarah, confere e assina os documentos autorizando a ida da filha. David saiu de casa cedo dizendo que recebera uma ligação do trabalho. Mais uma desculpa esfarrapada que ela não engoliu. O casamento está em crise, mas ela acredita que os dois vão conseguir se acertar no período em que a menina estiver fora. Já pensando nos momentos a sós com o marido, Lena entra em pânico quando uma segunda van chega para buscar Sarah. Pouco depois, ela descobre que o primeiro motorista não faz parte da equipe do acampamento e que sua filha e outras três crianças foram sequestradas. Após algumas horas, os criminosos enviam um e-mal exigindo 1 milhão de dólares para libertar as vítimas. Mas as condições para a entrega do dinheiro lançam suspeitas sobre alguns dos pais, e os casais começam a se voltar uns contra os outros, expondo seus segredos e relacionamentos já desgastados. Neste suspense de tirar o fôlego, o desespero e a ganância levam algumas pessoas a tomar decisões impensáveis. Mas a fé e a intuição sempre podem superar as dificuldades.


 Título: Nunca Diga Adeus
Autor: Doug Magee
Editora: Arqueiro
Páginas: 240
Edição: 1
Ano: 2012


Ser mãe é padecer no paraíso, mas no caso de “Nunca diga Adeus” o paraíso esta longe de acontecer. Lena é uma médica e a mãe da história que vê o seu mundo desmoronar quando a sua única filha de nove anos, Sarah, é sequestrada por uma van que supostamente seria do acampamento Arno que a menina iria passar as férias. Por estar sozinha no momento em que tudo aconteceu, pois seu marido David, teve que sair mais cedo por conta de um compromisso justamente no dia em que Sarah ia viajar pela primeira vez sem a companhia dos pais, ela teve que se desdobrar em mil para organizar tudo o que a menina ia levar, além de acompanhar Sarah na hora que a van aparecesse para buscá-la. Com isso, acabou não percebendo nada de diferente na van, até porque, aparentemente, era tudo similar a van original e o rapaz que conduzia era um jovem, simpático e atencioso, que realmente parecia ser do acampamento. 

Nada dizia que na verdade aquele mesmo homem seria alguém que pudesse sequestrar sua filha. Logo em seguida, com a vinda da van que era realmente do Arno, ela demorou, mas caiu em si de que Sarah havia sido levada por um desconhecido para algum lugar, sabe lá para onde e por qual motivo estaria fazendo isso. Se sentia culpada por não ter percebido e, o que também a surpreendeu, foi saber que logo após buscar a menina em casa, outras três crianças também haviam sido levadas pelo mesmo sujeito. Agora Sarah, Linda, Tommy e Franklin estavam com alguém que mal conheciam, mas sabiam de certa forma que seus sonhos de curtirem as duas semanas de férias se divertindo havia se tornado um pesadelo. 

“O horror de saber que Sarah estava perdida – uma menininha solta num mundo imenso e desconhecido – fez Lena gelar. Não tinha onde se segurar. Afundava. Falava com o pai, olhava para o marido, mas se sentia completamente perdida” (página 36)

“Lena devia ter a idade de Sarah, cerca de 9 anos, e sorvia ávida cada palavra dita pela avó querida: - Preste atenção no que a Noonie fala: nunca use margarina, sempre prefira manteiga, entendeu? – Ou algo parecido. Vivia dando conselhos, criando regras. Sorria ao pegar a massa com as mãos enérgicas e moldá-la. – Este ano, se for ao aeroporto, não quero que me dê adeus como no ano passado. – Lena deve ter perguntado a razão, ou sua expressão se encarregou disso. – Porque eles não ensinam as coisas direito neste país. De onde eu venho a gente não acena para alguém que deseja ver novamente, alguém que vai voltar, como se estivesse espantando mosquito. De jeito nenhum. Preste atenção, Lena. Nunca dê adeus para uma pessoa querida. Entendeu?” (página 62)

Para conseguirem achar seus filhos, os pais das quatro crianças se reúnem afim de decidir o melhor a se fazer, porém também tem o pessoal da FBI que estão investigando todo o caso e muitas vezes acabam dando orientações que são mal vistas pelas famílias.  Ao longo da leitura, vamos conhecendo os pais envolvidos, suas atividades e comportamentos diante desta situação. Todos possuem um caráter duvidoso e muitas vezes acabamos suspeitando de uns em determinados momentos e depois suspeitamos de outros.

“Que tipo de gente sequestra nossos filhos, acaba com qualquer expectativa, faz gato e sapato da gente, estimula a incerteza e aumenta a angústia com relação ao destino das crianças? Era o que se perguntavam ao sair de casa.” (página 54)

Mesmo não sendo mãe, consegui sentir as dores de Lena e viver o seu drama. Em cada página a dor dela aumentava, pois deve ser muito difícil não saber o paradeiro de um serzinho que você ama mais que tudo nessa vida, não saber se esta bem, se aconteceu algo, se vai voltar para casa, enfim, é de deixar qualquer um apavorado.

“Entrou no quarto da filha, torcendo para que Sarah real voltasse para ela ali, entre suas coisas, seus pôsteres e perfumes. Mas o cômodo não ajudava em nada. Tudo era superficial, uma extensão de seu perfil no Facebook sem a verdadeira essência da menina que Lena dera à luz” (página 206)

Além disso tudo, o fato de seu casamento estar passando por uma crise, também a atormentava. Ela queria o carinho de David, queria voltar a se apaixonar por ele, tanto que no início, a programação das férias de Sarah seria justamente para Lena tentar se acertar com o marido, mas como isso não aconteceu, a vontade de ficar longe dele só aumentava, não conseguia, nem com o sumiço da filha, se aproximar dele. David também não fazia muito esforço para amenizar o desgaste do relacionamento, seus pensamentos estavam focados em ter notícias da filha e preocupações com segredos que ele não revelava a Lena. Estavam unidos para achar Sarah, porém ao mesmo tempo distantes.

“À direita de Lena, David se sentara numa poltrona mais alta e, para ela, era como se ele estivesse a quilômetros de distância. Exceto pela atitude em relação aos Walker, não sabia o que ele estava pensando. Fazia muito tempo que ela deixara de saber o que se passava na cabeça do marido, que por sua vez, pouco se importava com o que ela pensava. Lena olhou para o relógio sobre a mesa. Eram quase quatro horas. Se Sarah não tivesse sido sequestrada, será que ela e David teriam iniciado o esforço para vencer a distância que os separava?” (página 51)

No local onde as crianças ficaram, pude analisar que cada uma possui determinado tipo de personalidade que vai engrandecendo a história, principalmente nos momentos decisivos. Sarah é a menina que nasceu para ser a líder, inteligente e independente, não deixando de lado seu jeito meigo de ser. Linda já é a menina mimada, medrosa e que chora por qualquer motivo. Tommy é um menino simpático e que também é um pouco chorão, não sendo tanto quanto Linda. Franklin é o estudioso, inteligente e detalhista. Particularmente, achei o máximo a união dessas quatro crianças tão distintas e convivendo juntas para enfrentarem os problemas que surgiam.

“Nunca fora o tipo de menina que corria para chamar os pais ao primeiro sinal de dificuldades. Só os procurava quando era absolutamente necessário, se chegasse a um ponto em que não sabia mais como agir. Agora, pensou, estava quase chegando a um beco sem saída. Onde estavam papai e mamãe?” (página 214)

Cada capítulo do livro mostra uma situação, ora eram os pais buscando notícias dos seus filhos, ora era sobre o sequestrador e ora era sobre o que estava acontecendo com as crianças. Por esse motivo, para nós leitores, sempre estávamos cientes de todos os momentos. Particularmente, adoro livros assim, que mostra sempre o lado de todos os personagens de uma história, mesmo sendo uma narrativa em terceira pessoa.

“Nunca diga Adeus” é uma história que te deixa apreensivo do início ao fim em saber  quem esta por trás do sequestro das crianças e saber se elas vão se reencontrar com seus pais novamente. ­­­­Esta é a primeira vez que leio um livro de Doug Magee e soube que o autor já havia escrito diversos livros infantis e de não ficção, mas que este era o seu primeiro suspense. Acredito que ele esta no caminho certo, pois adorei a história e o seu modo de escrever, Doug consegue desenrolar uma trama de forma sutil e arrebatadora! 





Avaliado com 4 livrinhos - Muito Bom!





17 comentários

  1. Como mãe de três filhas, não gostaria de viver essa situação.

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    1. Realmente, deve ser horrível essa situação. O livro retrata muito bem a dor da personagem! Beijos e obrigada pelo comentário!

      Vivian

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    1. Olá Júlia! Obrigada pelo comentário... o livro é muito bom, recomendo! Beijos, Vivian

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  3. nossa esse livro deve ter dado mt caldo!

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    1. Ohhh se deu Aleska... gostei bastante da forma como a história se desenrola e de seus personagens! Beijinhos e obrigada pelo comentário! Vivian

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  4. Estou muito curiosa para ler esse livro, não esperava que fosse tão bom, mas a sua resenha me deixou bem curiosa, se bem que eu fugo um pouco de livros que são com crianças por medo do que pode acontecer com elas!

    beijos, Lu
    Lendo ao Luar

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    1. Luana, o livro é muito bom sim! você com certeza não vai conseguir parar de ler... recomendo! sobre o medo de ler livros com crianças e o que pode acontecer com elas, posso dizer que esse medo eu também tive antes de comerçar a leitura, mas mesmo assim valeu muito a pena ler cada página! acho que perdi o medo rs... Beijos... Vivian

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  5. A Arqueiro está com uma leva de títulos que me chamam muito a atenção. Minha lista aqui já está enorme e este foi direto pra ela, pois tem uma estória pra lá de inteligente. Adorei a resenha, quem sabe consigo lê-lo em breve.

    Beijos.

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    1. Luciano, com certeza esse livro merece ir para sua lista. Ele é muito bom! Obrigada pelo comentário! Beijos, Vivian

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  6. Sou mae de tres criancas (uma menina e dois meninos). A minha filha ja vai a escolinha e eu fico em panico toda vez que tem passeio da escola!

    Nao eh que eu queira que algo ruim aconteca, mas a preocupacao eh tanta que eu nao paro de pensar que uma tragedia pode acontecer...

    Fico aliviada quando ela desce do onibus e me abraca... So falto sufocar ela no meu abraco.

    Nao quero nem imaginar se algo assim contecesse com ela ou com qualquer um dos meus dois filhos. Eu nao sei o que seria de mim....

    Quero muito ler o livro. So a resenha me deixou angustiada, imagina quando eu ler???

    xoxo

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    1. Rs... realmente essa angústia é muito descrita no livro, mas posso dizer que você vai gostar bastante da história e dos personagens. Obrigada pelo comentário! Beijos, Vivian

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  7. QUE DELICIA... AMO VIAJAR EM BAIXO DAS MINHAS COBERTAS NOS MUNDOS MAIS DELIRANTES.

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  8. Fiquei com muita vontade de ler esse livrO!Adoraria ganhá-lo.

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    1. Vamos torcer para que seja a sortuda! Beijinhos, Vivian

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  9. Nesses dias frios de inverno não há nada melhor do que ficar em um lugar bem quentinho e devorar um bom suspense! Pela resenha, esse livro promete! :)

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