por MANUELA ANDREONI
RIO – Um enorme engarrafamento na volta da entrevista de emprego que
poderia mudar nossas vidas é um daqueles pequenos eventos que nos fazem
pensar para onde exatamente estamos indo. Foi num desses que Noble Smith teve
uma epifania: tudo o que queria da vida era mesmo viver como um hobbit.
Sempre gostou de comer bem, caminhar, passar muito tempo com os amigos e
de ter um belo jardim. Logo…
Apaixonado pela obra do britânico J.R.R.Tolkien desde os 12 anos,
Smith decidiu ensinar ao mundo como ser feliz sob a perspectiva da
criatura que dá nome ao mais novo filme do diretor Peter Jackson (“O
Hobbit”), que estreia amanhã. “A sabedoria do Condado” (Editora Novo
Conceito, R$ 29,90) é uma lista de dicas bem humoradas, que inclui
instruções para criar um pequeno jardim hobbit, como lidar com “seu
Gollum particular” — leia-se uma criatura obcecada e infeliz que vive no
seu pé — ou de que forma carregar o peso “do seu anel”.
No fim, o leitor pode verificar o quanto aprendeu com o “teste
hobbit” (com perguntas do tipo: “você ainda está com fome depois do seu
segundo café da manhã?”, ou “você acha que os coletes de veludo vão
voltar à moda?”). Quem se recusa a marcar pelo menos uma das 35
alternativas é considerado um “orc”.
Smith hoje vai assistir a “O Hobbit” no sábado com um monte de
“fanáticos”, segundo ele mesmo. Mas promete não se fantasiar. Só levará
seu cachimbo de hobbit
Quantas vezes você leu os livros de Tolkien?
Eu provavelmente li “O Senhor dos Anéis” umas 20, 25 vezes. “O
Hobbit”, eu li uma cinco vezes, sendo duas vezes em voz alta. E li “O
Senhor dos Anéis” inteiro em voz alta para a minha esposa. Recentemente
comprei um vinil bem velho no Ebay, que era um disco que eu tinha quando
eu era criança. Era J. R. Tolkien lendo trechos inteiros do livro. Ele tinha uma voz muito bonita. Acho que ler em voz alta faz com que ganhe vida.
Por que decidiu escrever um livro de autoajuda com base na filosofia de vida dos hobbits?
Um dia, eu estava dirigindo para casa depois de uma entrevista de
emprego com a Microsoft, no trânsito louco e pensei que esse tipo de
entrevista é como “se vender”. Eu tive um daqueles momentos em que
questionei o que estava fazendo da vida. Eu realmente queria dar minha
energia para uma megacorporação pelos próximos dez anos da minha vida?
E, então, eu percebi, como uma epifania mesmo, que a resposta para a
minha pergunta é que eu sempre tentei viver como um hobbit. E eu comecei
a rir: é isso. É J.R.R. Tolkien, a sabedoria das pessoas.
A ideia surgiu do nada?
Quando eu era criança, na época que eu estava lendo “O Senhor dos
Anéis”, um livro muito engraçado foi lançado, chamado “The Tao of Pooh”,
relacionando o Pooh à filosofia oriental. Naquele momento, eu pensei e
falei para um amigo “nós deveríamos fazer isso, mas para os hobbits”.
Foi aí que essa ideia nasceu. Ficou em mim por 30 anos até sair no meio
do engarrafamento.
Acha que Tolkien pensou nisso quando criou o hobbit?
O Tolkien ficou órfão aos 12 anos e esta também é a idade que Frodo
Baggins ficou órfão. Eu não fiz essa conexão até começar a escrever meu
livro. E ele não era apenas órfão. Depois, ele sobreviveu à Primeira
Guerra Mundial, nas trincheiras. Muitos dos amigos dele morreram nessa
guerra. Depois, ele teve que viver durante a Segunda Guerra Mundial,
enquanto o filho dele estava lutando. Ele escrevia capítulos de “O
Senhor dos Anéis” e os mandava para o seu filho, que estava servindo na
África. Acho que o que ele estava tentando fazer era criar uma lugar
lindo e idílico: o Condado. Era uma reflexão dos lugares que ele amava
quando criança. Acho que ele era uma pessoa maravilhosa e seus
personagens refletem as características que ele mais admirava nas outras
pessoas. Então, eu acho que ele era como um hobbit.
Notei que, no livro, você fala muitos de atualidades, como a crise financeira e os “banqueiros do mal”…
Gostei que você disse “banqueiros do mal”, porque é isso que eles
realmente são. Acho que estamos vivendo em uma época em que podemos ter
uma grande classe média, o que é bom, ou as megacorporações, que vão
dominar o mundo. Eu realmente os vejo como os vilões do Senhor dos
Anéis. J.R.R. Tolkien odiava a poluição industrial, empresas industriais
gigantes… Ele realmente as chamava de “orcaria”, relativo aos orcs,
monstros. Sinto que estamos em um ponto decisivo na história. Podemos
fazer o mundo ser mais como o Condado, ou os vilões continuarão
extraindo tudo o que podem do planta.
Você acha que são esses paralelos que fazem as pessoas se apaixonarem tanto pela obra dele?
Tolkien era obcecado por seu mundo. Todos os pequenos detalhes,
praticamente todas as palavras — como o nome de um lugar — têm uma vasta
história por trás. Acho que as pessoas realmente amam isso. Mas acho
que o que as pessoas mais gostam é que os principais personagens da
história são os hobbits, que são exatamente como nós, como os humanos.
Têm medo como nós, amam como nós, riem como nós… Bilbo Baggins era um
covarde. Mas ele aprende a ser corajoso.
Uma das coisas de que os hobbits mais gostam é de ficar muito
tempo em frente a uma lareira. Como ser um hobbit em um país tão quente
como o Brasil?
(Risos). Nunca fui ao Brasil, mas já passei muito tempo no Havaí, que
também é tropical. Diria que as pessoas lá vivem muito como hobbits.
Primeiro, você pode ir descalço para vários lugares. Depois, eles são
muito alegres. Essa é uma das principais características dos hobbits.
Fonte: O Globo
Leia mais sobre esse assunto em http://oglobo.globo.com/cultura/como-ser-um-hobbit-7032578#ixzz2Ex57rcRW
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*texto retirado Blog Editora Novo Conceito
demais, adorei! hahaha
ResponderExcluirnunca li senhor dos anéis nem assisti os filmes :(
mas pretendo assistir Hobbit *--*
que ineteressante,nunca reli um livro ,isso que é amar a leitura
ResponderExcluirQue sonho, viver como um Hobbit!!! Quando resolvi morar no sítio, por um tempo alimentei a ideia de construir uma casa de hobbit, entranhada numa colina, com as janelinhas redondas... Mas só o estilo de vida deles já seria bom demais, nem precisa da casa (até porque não tem nenhuma colina na minha terrinha,rsrsrs). Tolkien e seu mundo são o máximo. Deu vontade de reler o Senhor dos Aneis...
ResponderExcluirEste comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirnossa que magnifico!! sou fanática por senhor dos anéis, li e tenho toda a coleção, e posso garantir que o filme o hobbit é incrível!!
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