Milu
Leite faz uso da metalinguagem e traz de volta personagens de livro premiado
com o Jabuti em 2006.
Bernardo,
um adolescente superdotado, vive as descobertas e os conflitos de alguém que
não encontra lugar em seu meio e se refugia na literatura, escrevendo uma
história cujos personagens são inspirados em um grupo de jovens que ele observa
da janela de seu apartamento. Em O dia em que b apareceu, a
escritora e jornalista Milu Leite traz uma novela policial que lança mão da
metalinguagem para falar da forma como uma obra pode ser escrita: em duas
narrativas que ocorrem simultaneamente.
Seu
primeiro grande achado é utilizar os mesmos personagens de O dia em que
Felipe sumiu, seu livro anterior, agraciado em 2006 com o Prêmio Jabuti na
categoria Juvenil (3º lugar), uma história escrita por Bernardo (o mencionado b
do título), agora sob a óptica de um autor-narrador-personagem revelado em sua
intimidade. A história contada por b gira em torno da investigação empreendida
pelos amigos Dora, Hipotenusa, Farelo, Felipe e do cachorro Tobias, a fim de
elucidar o desaparecimento de um músico famoso na década de 70.
Com
habilidade, Milu vai costurando as duas narrativas, que não escapam do desafio
de compor um painel muito particular da vida de um garoto e sua obra, propondo
um instigante questionamento dos limites entre ficção e realidade, verdade e
mentira, solidão e inclusão. As tipografias em cores diferentes facilitam o
entendimento das sequências, bem como as ilustrações recortadas e bastante
vivas de Sergio Magno que conversam muito bem com a trama, num tom
bem-humorado.
O
dia em que Felipe sumiu será relançado
no segundo semestre de 2014 pela Editora Biruta.
Sobre
a autora
Milu Leite nasceu na cidade de São Paulo, mas vive em Florianópolis desde 1999. É jornalista, formada pela PUC-SP. Escreve reportagens na área de cultura e comportamento para várias revistas e tem contos infantis publicados na Folhinha (Folha de S. Paulo) e na revista Nova Escola.
Milu Leite nasceu na cidade de São Paulo, mas vive em Florianópolis desde 1999. É jornalista, formada pela PUC-SP. Escreve reportagens na área de cultura e comportamento para várias revistas e tem contos infantis publicados na Folhinha (Folha de S. Paulo) e na revista Nova Escola.
Sobre
o ilustrador
Sergio
Magno, publicitário formado pela ESPM, é um desenhista compulsivo. Trabalhando
como ilustrador e designer gráfico há 2 anos, já ilustrou mais de 15 livros,
além de campanhas publicitárias e matérias para as revistas Veja e Crescer.
Sobre
a Editora Biruta
A
Editora Biruta, criada no ano de 2000 pelas sócias Eny Maia e Mônica Maluf, tem
seu foco na Literatura Infantil e Juvenil. Os seus livros já receberam diversos
prêmios, como o Altamente Recomendável da FNLIJ (Fundação Nacional do Livro
Infantil e Juvenil) e o Jabuti, além de terem sido inseridos em catálogos
internacionais e selecionados pelo PNBE (Programa Nacional Biblioteca da Escola).
A proposta da Editora Biruta é oferecer aos seus leitores o melhor texto,
ilustrações criativas e projetos gráficos instigantes, por meio de temas que
lhes acrescentem novas vivências e se abram a múltiplas interpretações – sempre
de maneira lúdica e inventiva.
O
dia em que b apareceu, Daniella Bauer, R$ 36,50, ISBN
978-85-7848-133-9, a partir de 9 anos, 108 páginas.
História Juvenil + autora brasileira = Tudo de bom.
ResponderExcluirÉ bom saber que há escritores que se preocupam em dar seu melhor, uma vez que quando se trata de livros infantis ou infanto juvenil, as histórias normalmente são bobas, e tratam esse público como "incapazes de entender a trama". Livros bem feitos, mesmo que para outro público, cativa também os adultos. Me interessou, não conhecia a autora, mas curti a resenha. :)