[Cine Saleta] Resenha sobre Star Wars - Episódio VII - o Despertar da Força


Em 1999, quando lançaram o Episódio I de Star Wars - A Ameaça Fantasma, havia uma expectativa imensa sobre o filme, que abordaria o período anterior a primeira trilogia, que já era um marco na cultura popular. Afinal, trataria sobre a transformação de Anakin Skywalker em Darth Vader e sobre as guerras clônicas citada nos filmes. Material que não fazia parte do universo expandido: os livros, as histórias em quadrinhos e os jogos que a Lucas Film tinha autorizado a produzir. Só que infelizmente, a expectativa não foi totalmente correspondida pelos fãs da trilogia clássica.
Apesar desta nova série de filmes ter um grande mérito de reacender o interesse pelo universo de Star Wars e criado novos fãs, e mesmo que muito material bom ter se originado desta trilogia prequel, como a série de animação sobre as Guerras Clônicas, no cômputo geral foi decepcionante para os fãs. 
Então, após a compra da Lucas Film pela Disney, e rumores de que uma nova trilogia seria lançada, os fãs de Star Wars ficaram com uma expectativa enorme. Afinal, como seria esta nova trilogia, produzida pela Disney que abordaria o período posterior a série clássica, que já possuía muito material publicado, entre elas a Trilogia de Thrawn formada pelos livros O Herdeiro do Império, O Despertar da Força Negra e A Última Ordem, considerado pelos fãs e pelo próprio Lucas, como a possível trilogia a ser adaptada para os cinemas?   
Contudo a aquisição dos direitos, estipulou que o material considerado “canônico”, ou seja aquele que não poderia ser modificado, ficou restrito aos filmes já lançados e os por lançarem pela Disney, além da série Star Wars Rebels exibida no canal Disney XD. 
Desta forma, tudo o que os fãs mais antigos conheciam sobre o universo expandido, após o Retorno de Jedi poderia ser modificado. Para alegria dos fãs foi contratado o diretor J. J. Abrams, diretor, produtor e escritor, responsável pelos novos filmes de Star Trek e criador das séries Alias e Lost. E posso afirmar sem o risco de ser considerado fanboy que o resultado final desta parceria é um excelente filme, divertido, emocionante. 
Você termina já na expectativa de ver o próximo que será lançado apenas em 2017. Agora vamos analisar. Comparando o primeiro Star Wars aos dois primeiros filmes das trilogias seguintes, há um imenso paralelo entre eles, quase (senão) uma fórmula exata seguida a risca: personagens principais sensitivos a Força, oriundos de planetas desérticos, lordes sith sombrios, personagens femininas fortes, droides carismáticos, personagens com alívio cômico, heróis clássicos e imperfeitos ou relutantes, lutas com sabres de luz, a morte de um mentor importante e lutas espacias com pilotos audazes, que fulminam com a destruição de grande artefato. Contudo como explicar o “fracasso” do Episódio I e o sucesso do Episódio VII? Resumo a dois itens principais: personagens carismáticos e enredo de fácil assimilação. 
Em O Despertar da Força, temos personagens super carismáticos, os novos heróis, o ex-stormtrooper Finn, a catadora de lixo Rey, o piloto Poe Dameron, o droide BB8, e os antigos conhecidos do público como Luke, Han Solo, Leia, Chewbacca, C3PO e R2D2, a cena em que cada um deles aparece pela primeira vez é muito emocionante. 

A enredo é simples porém objetivo, lógico que deixa algumas dúvidas e mistérios que deverão serem respondidos nos outros filmes, ao contrário da Ameaça Fantasma que pecou pelo excesso de explicações. A sinopse reduzida, sem spoiler é esta: mais de 30 anos após a Aliança Rebelde ter restaurado a República Galática, os reminiscentes do Império formam uma nova facção, a Primeira Ordem, que pretende derrotar a República e restaurar a antiga glória do Império. Em um planeta deserto, Jakku, um piloto da Resistência da República, Poe Dameron que está com informações preciosas, almejadas pela Primeira Ordem. Emboscado, ele coloca as informações em seu droide BB8. Poe é capturado, mas o droide escapa e, por acaso (“misteriosos são os desígnios da Força”) é salvo por uma catadora de lixo, Rey. Enquanto isto, Poe é salvo por um relutante stormtrooper Finn, que horrorizado com a crueldade da Primeira Ordem, o ajuda a escapar. Na fuga, chegando a Jakku, Finn acaba encontrando Rey e BB8, e o resto como dizem é história. É impossível não se apaixonar por Rey e BB8, amar a humanidade de Finn e a ousadia de Poe, e o melhor cada um deles possui um aspecto semelhante a Leia, Luke e Han Solo, o que torna a empatia imediata. O que mais gostei no filme, que a exceção de Poe, que é o exemplo do herói clássico. Tanto Finn quanto Rey são arquétipos do herói solar de Joseph Campbell, inspiração de Lucas na construção da mitologia de Star Wars. Os dois são pessoas comuns que se vem imersos em algo fantástico, místico, e partem em uma grande demanda, e vem suas vidas transformadas e apesar de em um primeiro momento não quererem participar, assumem os riscos por seus amigos e pelo bem maior, e assim se transformam. Não escrevi muito sobre Kylo Ren para não passar nenhum spoiler, mas mesmo ele não sendo um vilão convicto, ele mantém uma luta em si com os aspectos sombrios e luminosos da Força. Vader no primeiro filme é um vilão clássico, a partir do segundo é que percebemos uma dualidade, aspecto que foi bem explorado na trilogia prequel, quanto à interpretação dos atores é outra história. Darth Maul por exemplo vilão do episódio I é um exemplo de um excelente visual, mas em um personagem pobre. Concluindo, assistam ao filme, esqueçam os fanboys e divirtam-se e se emocionem, afinal é este o objetivo do filme. E que esta nova trilogia marque esta geração como a clássica marcou a minha. 
E que a Força esteja com você!




Marcelo Daltro 
Pai e marido apaixonado pelo filhote e esposa, ilustrador, chargista, Bacharel em História (especializado em mito, imaginário e história em quadrinhos), fanático por cultura pop: quadrinhos, filmes, livros, desenhos animados, séries e RPG   Blog:.bbbcharges  #  flickr   #    e-mail  # facebook 

3 comentários

  1. Oi, Marcelo!
    Eu só assisti a trilogia original e parei por aí mesmo.
    Assisti o episódio VII e foi um dos melhores filmes do ano passado, na minha opinião.
    Beijos
    Balaio de Babados

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  2. De longe o post mais completo que li sobre a série. Muito bom e explicativo! Eu concordo com sua opinião, gosto da série, fez parte da minha infância, vi os filmes e me decepcionei com o episódio 1, 2 e 3, além da tecnologia achei tudo cansativo e dãh! Já o episódio 7 foi um deleite para meu coração, como amei essa história e seus personagens. A melhor coisa que aconteceu a série, ouso me arriscar a dizer, foi ela passar a Disney!

    Pandora
    O que tem na nossa estante

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  3. adorei muito bom lembro que a primeira vez que vi foi numa fita de vhs kkkk foi aquela experiência de saber ali sem spoiler que o vader era pai do luke e tô muito feliz com a volta e o cuidado para com os fãs ♡♡♡♡



    http://estilodenerd42.blogspot.com.br/?m=1

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