Especial Jane Austen : Mansfield Park !
by Aleska
Jane Austen é uma romancista nascida em
meados do século XVIII. Segundo a Wikipédia ela nasceu na época de
surgimento da burguesia, classe que por não ser educada com os livros
clássicos interessava-se por romances, cujos autores em sua maioria eram
mulheres.
Escrevê-los era uma das únicas formas de
uma mulher conseguir independência financeira. Jane foi uma dessas que
correu atrás de sua emancipação para não ter que casar com qualquer um
ou virar uma solteirona sem teto, como era de costume na época, pois
mulheres não herdavam imóveis de seus pais. Era contra a lei de herança,
esta seguia a linhagem patriarcal.
As fãs de Jane costumam dizer que sua
escrita era revolucionária por desafiar as estruturas da sociedade, mas
em Mansfield Park vi que a crítica se limita à atenção dada à educação
das mulheres e sobre o papel que elas tem, além de questionar aspectos
morais. Geralmente ela trabalha esses aspectos em suas histórias, com a
exceção e a regra personificadas, ou seja, o que é e o que deveria ser
com personagens de caráter antagônicos.
Nesta
história, Fanny Price é adotada pelos tios, pois sua mãe não tinha como
sustentar os 9 filhos. Foi criada com as primas, mas devido ao desprezo
recebido destas, e de sua tia Norris, era lembrada sempre que vivia de
favor, cresceu humilde e cheia de valores morais que seu primo Edmund
teve a liberdade de cultivar por causa da paixonite que ela sentia por
ele.
Suas
primas Maria e Julia representam a regra da educação feminina da
nobreza: falam francês, entendem geografia, bordam, costuram etc etc mas
que não possuem um pingo de sentimentos nobres ou moral. São egoístas e
mimadas e acabam fugindo com homens para o escândalo e vergonha de sua
família. Enquanto isso Fanny, e mais tarde também Susan Price (irmã mais
nova que Fanny leva para a casa dos tios, depois de uma fracassada
tentativa de reaproximação com seus pais biológicos), mostram o ideal
Austeniano de mulher inteligente e com valores, que a educação
iluminista de até então não se importava em produzir.
Jane
se mostra nesta história muito favorável à religião, o que me sugere um
certo conservadorismo que talvez decepcione alguns, mas eu adoro rss.
Hoje em dia as pessoas querem ser modernas demais e não aceitam regra
nenhuma, mas acho justo essa coisa da autora em retomar a necessidade
dos valores morais, da união da família e o exemplo dos pais para a
formação de moças com a cabeça e o coração no lugar.
Quem
dera que hoje em dia os pais dessem valor às suas palavras! Evitaríamos
de ver nossas amigas e parentes que viraram "piriguetes", sofrer com o
pouco caso masculino. Moral parece coisa do passado, e parece uma coisa
que serve para sufocar as pessoas, mas acho que poderia ser uma coisa
para consolar se fossemos criadas para ter juízo. O mesmo acontecia na
época de Jane.
Em Mansfield Park vemos o florescer de
Fanny Price, uma tímida garotinha com um lindo coração, que cresce
sofrendo e se molda de uma forma tão perfeita, que não há mais palavras
de critica a sua personalidade no fim. Ela casa com seu primo mais novo,
fato que era seu maior sonho, e supera todas as mágoas causadas pela
paixão dele por Mary Crawford. Tal pessoa era uma frívola jovem que se
apaixona por Edmund também, mas que não sabe respeitar a vocação do
amado. Durante a história os dois tem verdadeiros arranca-rabos com ele
para convencê-lo a de se dedicar a um trabalho com mais status quo na
sociedade, para que ela não tivesse vergonha de ser sua esposa. Ela
chega a desejar a morte de seu irmão mais velho para vê-lo com outras
responsabilidades que lhe impedissem o sacerdócio.
O irmão de miss Crawford, Henry
Crawford, é um homem de pouca moral que se diverte fazendo garotas se
apaixonarem por ele, para depois desprezá-las. Ele tencionou fazer isso
com minha querida Fanny Price, mas para azar dele, ela já amava o primo e
ela havia visto a falta de caráter de Henry ao fazer as duas primas se
apaixonarem por ele e fingir depois que nada acontecera. O cara teve
ainda mais azar quando se descobriu apaixonado por Fanny. Ela o recusou,
mas ele continuou insistindo indo pedir sua mão ao tio, lord Bertram. O
fato é que o cara era guiado pelas vaidades. Quando encontrou Maria
Bertram, que agora era a senhora Rushworth, ficou balançado porque ela
lhe ignorou totalmente.
Gostei bastante deste livro e recomendo sinceramente a todas amantes de histórias fofas.
Um forte abraço!
Aleska Lemos.
Até hoje só li um livro da Jane Austen que foi Orgulho e Preconceito, gostei da obra, mas ainda não surgiu oportunidade de ler outro livro dela, vou procurar algum...
ResponderExcluirVanessa - Balaio
COm certeza vc leu o melhor livro, mas tem outros que valem muito a pena como Razão e Sensibilidade. que a Ana Seerig falou e este aqui também.
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