Resenha do livro " Branca de Neve e o Caçador" da Editora Novo Conceito

Há dez anos, a vingativa Rainha Ravenna assassinou o rei na mesma noite em que se casara com ele. No entanto, dominar o reino tornou-se um sofrimento para a Rainha.
Para salvar seus poderes, ela deve devorar um coração puro, e Branca de Neve é a única pessoa com esse coração.
A fim de capturá-la, Ravenna recorre ao Caçador, o único homem que já se aventurou pela Floresta Sombria e sobreviveu. Branca de Neve será morta pelo Caçador? Ou será treinada por ele e se tornará a melhor guerreira que o reino já conheceu?

Autores: Lily Blake; Evan Daugherty; 

John Lee Hancock; Hossein Amini
Titulo: Branca de Neve e o Caçador
Editora : NOVO CONCEITO
Ano: 2012 / Edição: 1
Número de páginas: 208

 
Apesar de ainda não ter visto o filme e ter ficado meio receosa com o livro que tem toda a cara de um produto feito para lucrar e não para encantar o leitor através de um texto maravilhoso eu aguardei a chegada de “Branca de Neve e o Caçador” com alto nível de ansiedade pela força de minha história com esse personagem.

Sim, tenho uma longa história com Branca de Neve, a primeira versão que li dessa história foi a dos irmãos Grimm em um livro que foi um presente de uma tia minha. Mas bem, na verdade não foi de uma tia, mas daquela TIA entendem?

Pois é, li e reli a história da menina branca como a neve, de lábios vermelhos como o sangue e cabelos negros como o ébano dezenas de vezes. Lembro de consultar o dicionário para descobrir o significado da palavra ébano, de admirar os anões que tem um papel grande na narrativa dos Grimm, de ter pena da mãe da Branca de dela mesma por ser órfã.

Lembro por fim de pensar que uma mãe faz mesmo muita falta afinal, só alguém que não tem mãe para aceitar presentes de ela muito boba por aceitar presentes de estranhos, minha mãe sempre me disse que isso era terminantemente proibido, especialmente quando se tratasse de comida.

Enfim, foi com expectativa que vi o lançamento de “Branca de Neve e o Caçador”, expectativa que dobrou quando senti o clima épico com o qual a narrativa se inicia:

“Quem você será quando for confrontada com o fim?

O fim de um reino.

O fim dos bons homens.

Você correrá?

Você se esconderá?

Ou perseguirá o mal com um orgulho venenoso?”

Porém, no entanto, todavia, apesar do convite ao épico eu senti que isso não aconteceu.

Não é que o livro seja ruim. Muito pelo contrario, a narrativa é leve, flui com naturalidade, até chega a relaxar depois de um dia de leituras truncadas e desafiadoras. Mas achei bem normal no final das contas, sei lá a história deixou a desejar em força narrativa, emoção, poder de sacudir seus ossos. #Pronto confessei!

Todos os elementos da história na qual a menina órfã ver seu pai cair nas mãos da bruxa má, se perde na floresta e é auxiliada por anões já nos é conhecido por demais, o que faria o diferencial nesse livro séria a forma como a história é contada e o acréscimo da figura do Caçador como tutor da Branca, mas no fim a narrativa fez a história parecer banal demais em vez de épica e o papel do Caçador como professor não ficou tão incrível como eu imaginei \o/.

Tudo se passa muito rápido, ela consegue fugir da torre do castelo na qual a Rainha Ravena a prende, se embrenha na floresta, é perseguida pelo Caçador, conquista sua confiança, e eu diria até amor, e vai vivendo os altos e baixos da história até chegar ao confronto final com sua Madrasta má.

Aliás, ELA chega ao confronto final com a Madrasta, é bom frisar! E quando digo ela é ela mesma a Branca de Neve, porque não, ESSA PRINCESA NÃO ENCONTRA UM PRÍNCIPE para salvar sua vida, lutar suas batalhas e coroá-la.

Nessa versão 2012, BRANCA DE NEVE EM PESSOA TOMA EM SUAS MÃOS O SEU DESTINO. É a Branca que enfrenta seus adversários, se torna líder de seu exercito e vence a rainha com força e coragem.

Essa postura da princesa é o melhor do livro! Essa independência, coragem, capacidade de superação e espírito de liderança dela é o melhor do livro e o que me deixa mais satisfeita. Afinal a literatura tem um papel formador, acredito que nós lemos e através do lemos interpretamos e ressignificamos o mundo a nossa volta.

Faz bem para mim e para todas as meninas crescerem sabendo que não precisamos esperar pelo príncipe. Nós mesmas podem aproveitar as oportunidades, lutar suas batalhas, aprender a empunhar uma espada, vestir a armadura, subir no cavalo branco, liderar o exercito, enfrentar a bruxa e restaurar a paz do reino.

Realmente “Branca de Neve e o Caçador” não foi o épico que eu sonhei que séria, porém, foi um livro que me deixou uma lição: “Nenhuma de nós precisa esperar o príncipe! Nós mesmas podemos lutar nossas guerras, liderar o exército, destruir a bruxa malvada e restaurar nossa paz!”

Book Trailer

avaliação 3 - Bom