Resenha do livro "A Fúria dos Reis - As Crônicas de Gelo e Fogo - Livro Dois - George R. R. Martin- Editora Leya


CRÔNICAS DO GELO E FOGO: A FÚRIA DOS REIS


Um cometa da cor do sangue e fogo atravessa o céu. E a partir da cidade antiga de Dragonstone às margens proibidas de Winterfell, reina o caos. Seis nações lutam pelo controle de uma terra dividida e pelo Trono de Ferro dos Sete Reinos, preparando-se para o embate através de tumulto, confusão e guerra. É um conto em que irmãos conspiram contra irmão e os mortos se levantam no meio da noite. Neste lugar uma princesa se disfarça como um garoto órfão, um cavaleiro espiritual prepara um veneno para uma feiticeira traidora, e homens selvagens descem das Montanhas da Lua para devastar o campo de batalha. Com um pano de fundo incesto, alquimia e assassinato, a vitória pode chegar aos homens e mulheres possuidores do aço mais frio … e corações mais gelados. Quando há um confronto entre reis, toda a terra treme.

Autor : George R.R. Martin
Editora: Leya Brasil
Edição Ano: 2011
Páginas: 656


Eu comecei a ler A fúria dos reis, como grande parte dos personagens da história, de luto, com o coração pequenininho me perguntando o que pode vim a seguir, mas ao longo da narrativa descobrir uma coisa de suma importância: É em A fúria dos reis que a história realmente começa.

Os personagens que deixam a narrativa e cruzam os portões da morte acabam por deixar Westeros a beira de uma guerra pelo Trono de Ferro e nós vamos, através do olhar dos diversos personagens aprender que quando o assunto é guerra nada é lírico. Não há beleza nos conflitos, tudo é carnificina, tudo é perda de inocência, tudo é um jogo pelo poder onde pessoas são usadas como peças.
Do prólogo ao último capítulo desse livro eu amei, vibrei, sonhei, sofri e ouso dizer que até cresci um pouco com cada personagem.

Em “A fúria dos reis” as crianças viram vão se transformando em homens e mulheres, nós vamos conhecendo cada vez melhor os adultos e pouco a pouco vamos aprendendo com eles a relativizar o valor de certas coisas.
Enquanto eu lia esse livro lembrava muito da fala de Rebeca em Ivanhoé e de uma reflexão dela que eu guardo na memória de forma particular a respeito dita glória:
“– Glória?... É ela a ferrugenta armadura pendendo sobre o esquecido e triste túmulo do guerreiro? A inscrição apagada que o monge mal sabe traduzir para o peregrino que o interroga? Serão estes os prêmios, correspondentes ao sacrifício de todas as afeições, para se viver uma vida de sofrimento, fazendo os demais sofrerem? Ou será que há tanto mérito nas toscas limas dos bardos errantes, para se porem de parte amores, afeições, paz e felicidade, para nelas se ser mencionado por menestréis vagabundos, cantando-as em tavernas para os bêbados?"
(Ivanhoé, Walter Scott)

Se eu pudesse perguntar algo a Martin, eu perguntaria a ele se ele já leu Ivanhoé e se por acaso ele se inspirou em Rebeca para construir alguns de seus personagens porque as vezes a melancólica Sr. Catelyn fala coisas parecidas a essa fala de Rebeca.

 Ah, mas voltando a narrativa, nesse momento Tyrion, passa a ocupar o lugar de Mão do Rei, uma espécie de primeiro ministro, e se destaca ainda mais na história, sendo um dos meus personagens favoritos, não existe um caminho que não me leve a amar esse leão. Acho que ele e Daenerys, junto com Jon Snow meio que polarizam a narrativa, mas Tyrion e Dani são, para mim, os personagens mais cativantes desse trio fundamental para o desenrolar da história.

E falando de Dani, a parte dela da história se passa totalmente fora de Westeros, se a gente pensar em Westeros como um tipo de Europa Medieval em fins do feudalismo, os locais pelos quais a Dani, herdeira do trono de ferro que está em disputa pelos grandes senhores de Westeros, são como alguns lugares da África, Ásia e America, bem, ao menos a sonhada pelos literatos europeus do século XVI. E sim, as comparações são extremamente necessárias, eu não consigo deixar de fazê-las.

E aliás, tenho que dizer que em muitos momentos em tenho sérias discussões com o Martin, sim eu brigo com os autores enquanto leio os livros, discordo muito dos pontos de vista dele sobre os caminhos da história, o que é força e fraqueza e o olha que ele oferece ao povo, ora comparado a ratos, ora comparados a ovelhas.

Os grandes personagens, senhores e derivados são leões, lobos e dragões, a história das crônicas é sobre eles, o povo, os ratos e as ovelhas tem sua parte na história, claro, mas como pessoas a serem guiadas, manipuladas ou protegidas e isso me incomoda.
Ah, mas antes que eu me entusiasme com as criticas é bem destacar que é nesse momento da história que Martin nos coloca em contato com a magia, o terrível e maravilhoso mundo onde o impossível pode se tornar possível e ajudar os homens a romper os limites da realidade.

Nós vamos ver dragões, meninos que podem ver o futuro, pessoas que podem deixar seu corpo e ocupar o corpo de animais e uma certa poderosa e aterrorizante Mulher Vermelha que faz qualquer um segurar o fôlego e abrir bem os olhos.

E enquanto Tyrion vai lidar com a política, nos oferecendo uma bela introdução a obra de Maquiavel, Dani se transforma em Rainha Jon Snow vai descobrir o que há além da Muralha e o porque de sua existência. A Patrulha da noite, uma espécie de cavaleiros templários, abre as suas portas para nós e nos começamos a tremer de frio e de medo porque descobrimos que por pior que seja a guerra pode ser que existam coisas muito piores logo ali, um pouco além da Muralha.

Avaliação 5


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7 comentários

  1. Jaci, pensei em pular a resenha e explicar aqui que não a li por ainda não ter lido o livro, mas, caramba, eu vi a série, então...

    Eu tenho que ler esta série, só preciso de tempo, rsrs. E não sei como alguém pode gostar de um Lannister, como assim? Eu venero os Starks e sua honra, apesar de Robb ser meio almofadinhas e eu preferir mil vezes o bastardo Snow ou mesmo Arya e Bran a ele. Acontece.

    Agora, cuidado com o que pergunta ao Martin, ele já disse que cada vez que perguntam a ele sobre um novo livro ele mata um Stark.

    Resenha perfeita, a menção a Ivanhoé me transportou pra adolescência, quando o li (adaptado), e gosto do modo apaixonado como fala sobre ela.

    Beijos.

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    1. Eu não perguntaria pelos próximos Luciano, eu perguntaria como ele fez os já escritos, de onde tirou essas ideias, adoraria saber mais sobre o que inspira esse homem que narra tão lindamente essas histórias.

      Eu peguei um pouco de abuso pelos Starks, confesso e cair de amores pelo leãozinho Lannister, enfim... leia o livro e fale sobre ele porque eu adoro ouvir suas opiniões Luciano!!!

      Ah, Ivanhoé foi um dos livros que mais amei e Rebeca é minha heroína forever!

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  2. Sabe nesses dias em que aos poucos percebemos que a vida nos ensina da maneira mais dolosa possível a valorizar o que temos. Por isso FICA A DICA DE HOJE:
    Ame mais, reclame menos!
    Viva mais, se preocupe menos!
    Agradeça mais questione menos!
    Enfim, VALORIZE MAIS o que vc AINDA te, antes que a vida lhe ensine a lamentar por aquilo que vc tinha, mas acabou perdendo!
    Bom noite!!!
    Tenha uma semana cheia de bênçãos.
    Toninha

    Convido a vc amiga a conhecer o meu novo blog e tornar se seguidora, acabo de fazer. Aceito sugestões.
    Bju
    http://toninha-ferreira.blogspot.com.br/

    FanPage Educar – O primeiro passo

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  3. já vi muitas resenhas deste livro, e parece ser muito bom.
    não é o estilo de livro que eu goste muito, mas parece ser bem interessante, e do tipo de livro que prende o leitor!
    nota 5? ual!

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    1. É exatamente isso Rayme, um livro que prende o leitor!!!

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  4. Pandora, não sabia que você escrevia aqui também.
    Resenha maravilhosa! Este foi o melhor livro da série até agora (ainda não li o quinto).
    Beijo, Nadia

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    1. Eu ainda estou lendo o terceiro Nádia, mas já ouvi muita gente dizer o mesmo que vc, que o segundo foi o melhor. Eu particularmente amei esse livro!!!

      E sim, vez ou outra, ou vez em sempre, eu estou por aqui!!!

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