13 lições de vida dos hobbits - "A Sabedoria do Condado" de Noble Smith - Editora Novo Conceito
Ao longo da minha vida, ainda não superei a sensação surpreendente de
felicidade ao descobrir mais alguém que ama Tolkien. Eu já vi seus
livros nas estantes de escritores famosos e de fazendeiros diligentes,
pessoas de sucesso nos negócios e engenheiros de tecnologia de última
geração.
Todos esses homens e mulheres compartilham algo em comum: eles
amam aos hobbits mais que quaisquer outras personagens dos contos de
Tolkien. Isso é porque existe uma qualidade na natureza dos hobbits (e
não nas personagens chamadas hobbits) que os permitem viver dentro de
nós de modo profundo e duradouro. Em meu livro, A Sabedoria do Condado(The
Wisdom of the Shire), eu demonstro como nossas vidas podem ser melhores
se algumas das características dos hobbits se tornassem nossas também.
Aqui estão 13 lições que podemos aprender com o Condado:
Os hobbits são, possivelmente, os glutões mais adoráveis da literatura.
Eles comem seis refeições por dia, conforme Tolkien nos conta no Prólogo
de O Senhor dos Anéis, pelo menos “quando podiam tê-las”. O
que era tão atraente na comida do Condado para os hobbits? Ela era
composta pelos tipos mais básicos de alimentos – batatas, bacon, pão e
manteiga, cerveja escura e, claro, cogumelos. Mas às vezes, as coisas
mais simples, cozidas da maneira correta, são as mais saborosas. Comida
de hobbit é “sopa de cogumelos para a alma”. Quando nos alimentamos com
fast-food, é o mesmo que estarmos nos alimentando com gororoba de Orc.
Hobbits, como Merry e Pippin, estão constantemente deliciados e
maravilhados com as coisas que comem e bebem. Uma refeição é um evento
prazeroso e uma reafirmação da vida.
2. Felicidade é uma toca-hobbit aconchegante
Quão confortável é a sua toca-hobbit? Os hobbits vivem em lares
aconchegantes, artesanais, construídos nas encostas de montes, com
dispensas bem estocadas, cadeiras macias e lareiras. Bilbo encontra
forças na lembrança de seu lar quando ele está em sua aventura
angustiante com os Anões. Pense em um lugar em que esteve em sua vida
que possua essa qualidade pacífica. Pode ser a sala de estar de seus
amados avós, ou o estúdio de uma afetuosa professora de música, ou o
apartamento de seu melhor amigo. O que há nesse lugar que lhe fez se
sentir em casa? Em algum momento, seu inconsciente ‘plantou raízes’ lá –
nessa toca-hobbit do seu coração – e você pode levar essa sensação onde
quer que você vá. Claro, assim como Bilbo descobriu ao final de O Hobbit, um quarto aconchegante é algo agradável pelo qual voltar para casa.
Frodo, Sam, Merry e Pippin estão realmente lutando por algo de valor
inestimável durante a Guerra do Anel – por amizade e pelo amor ao
Condado. E é por isso que eles ficam arrasados ao retornar ao Condado e
descobrir que o malvado Saruman assumiu o controle de sua terra
igualitária, destruiu e poluiu Hobbiton, e impôs uma lista de leis
ridículas e despóticas. Tolkien odiava a ideia de “homens barbados com
bombas” governando o mundo. Os hobbits, exemplo de ímpeto e coragem para
Tolkien, reagiram à situação alarmante com decisão e determinação,
afugentando os invasores e prontamente começando o trabalho de limpeza
de sua terra devastada. Às vezes, leis desconcertantes criadas por
homens imperfeitos precisam ser revistas e substituídas por padrões de
bom senso, no estilo dos hobbits.
Hobbits dormem o máximo possível, onde e quando puderem, mesmo se eles
tiverem que se recolher no topo das casas nas árvores dos Elfos ou tirar
um cochilo nas terras estéreis de Sauron. Tolkien gostava de acordar
tarde, assim como Bilbo (o mestre de Bolsão quase perde a chance de
partir em sua aventura com os Anões porque ele acorda bem atrasado). Se o
sono é negado às pessoas por um tempo longo o bastante, elas vão
enlouquecer como Frodo, o insone, em Mordor. Ao invés de postar “estou
com sono” em sua próxima atualização do Facebook tarde da noite, ao
mesmo tempo em que está assistindo filmes ruins no NetFlix, tente ir
para cama mais cedo. Até o mago Gandalf – um Istari angelical – tem que
descansar de vez em quando. Bom sono o deixa saudável, feliz e menos
passível de provocar a ira de um dragão, algo que Bilbo, privado de boas
noites de sono, aprende do modo mais difícil. 5. Avareza é para Dragões e Sacola-Bolseiros
É verdade que a sedução de um tesouro foi o que fez Bilbo juntar-se a
Thorin e sua companhia de Anões. O Hobbit simplesmente quer aventura!
Depois que Smaug é destruído, os Anões ficam enfeitiçados pelo ouro
acumulado pelo dragão. Bilbo, enojado com comportamento tão grosseiro,
rouba a famosa Akenstone – uma joia preciosa e bela – e a presenteia a
Thranduil, Rei Elfo da Floresta das Trevas, para evitar uma guerra com
os Anões. Thorin fica furioso com Bilbo quando descobre e quer matá-lo,
porém mais tarde, em seu leito de morte, ele implora ao Hobbit por
perdão. Ele percebe que riquezas não possuem valor sem amigos
verdadeiros ao seu lado. Bilbo passa o resto da vida distribuindo sua
riqueza – compartilhando-a com sua família e seus amigos, pois ele
aprendera que avareza é uma característica mais adequada a dragões e
Sacola-Bolseiros apaixonados por ouro. 6. É divertido se sujar
Existe grande interesse dos pequeninos pela horticultura, e não apenas
para propagar a erva-de-fumo. Um dos trabalhos mais respeitados no
Condado é o de jardineiro, e isso ocorre porque os habitantes do Condado
celebram a vida em um lugar em que as pessoas estão completamente
ligadas à terra. Tente cavar você mesmo um pequeno jardim e saiba como é
gratificante ver a terra recém-tratada, pronta para o plantio. E espere
até que você tenha cultivado aquele tomate perfeito. Você vai entender
porque Sam vive sonhando com seu jardim quando está nas terras desoladas
de Mordor, ou porque Tolkien gostava tanto de seu pequeno jardim.
Cultivar seu jantar de uma semente plantada e cultivada por sua própria
mão é mais impressionante do que mágica.
Os hobbits vivem em um mundo em que não há carros ou trens ou
dispositivos ridículos como o Segway. Assim, o melhor modo de viajar
pelo Condado é andando. Não é nada para um hobbit caminhar 20km ou mais
em um dia (eles são abençoados com pés gigantes, afinal). Muitos de nós
já ouvimos histórias de nossos avós sobre como eles tinham que andar
quilômetros para ir e voltar da escola. Caminhar por longas distâncias
costumava ser a regra em nossa sociedade. Um estudo recente sobre Zonas
Azuis ao redor do mundo – pequenas áreas da civilização onde pessoas
vivem mais e de modo mais saudável – demonstrou que caminhar é um dos
segredos da longevidade. A menos que nós queiramos ficar como o Fredegar
Bolger (o habitante mais roliço do Condado), nós precisamos começar a
caminhar como um hobbit.
Aniversários são muito importantes para os hobbits. E eles possuem um
jeito único de celebrá-los. Ao invés de ganhar presentes, eles dão
presentes. Mas hobbits não dão presentes grandiosos. Eles representeiam
com pequenos tesouros chamados mathoms – coisas que estão esquecidas em
suas tocas. Não seria uma mudança agradável, nessa era de consumismo
evidente, dar a você mesmo um aniversário hobbit? Claro, nenhuma festa
estaria completa sem uma comemoração no estilo dos hobbits. Convide seus
amigos e sua família. Tire os sapatos. Relaxe com música. Coma e beba e
dance sobre as mesas. E deixe a faxina para o dia seguinte. Você não
vai se arrepender.
Uma das coisas mais reveladoras em O Senhor dos Anéis é que o
livro trata de uma aventura épica, com cercos gigantescos e seres
demoníacos, feiticeiros malvados, exércitos de fantasmas e poderosas
árvores falantes e, ainda, ele termina de modo simples e calmo com Sam
Gamgi voltando para sua pequena casa, onde sua esposa e sua filha estão
esperando por ele. Para Sam, a felicidade, sem dúvida, é segurar sua
filha no colo. E, de acordo com os apêndices, nós descobrimos que Sam e
sua esposa Rosie tiveram mais doze filhos. (Agora você sabe o que
realmente estava acontecendo naquelas toca-hobbit!) Tolkien, a
propósito, esteve casado com o amor de sua vida, Edith, por cerca de
cinquenta anos. Eles tiveram quatro hobbits próprios. 10. Não irrite as Gigantescas Árvores Falantes
Tolkien escreveu que os hobbits tinham uma “amizade profunda com a
terra”. É um belo modo de dizer que eles faziam parte do Condado do
mesmo modo que a terra, as pedras, rios e árvores faziam. Os habitantes
do Condado praticavam a suficiência – tirando das terras e da floresta
apenas o que precisavam. E seu modo de vida também era sustentável –
tudo que tinham vinha dos limites do Condado. Em nosso mundo, a natureza
está sob ataque. Megacorporações são, na verdade, como o corrupto
Saruman, que corta as arvores da Floresta de Fangorn para abastecer as
máquinas deformadas, que ele construíra nos confins de Isengard. Se não
mudarmos nossos hábitos, nossas árvores poderão finalmente ficar de saco
cheio e vir atrás de nós com um exército de Ents enraivecidos.
O Condado era um lugar amigável para crianças. Muitos hobbits viviam com
grandes famílias e muitas crianças correndo por todo lado. Frodo e seus
primos podiam passear pelos campos, explorar seu mundo com uma
liberdade que poucas crianças em nosso mundo podem usufruir. No verão,
os hobbits não ficavam presos em suas tocas o dia todo, jogando vídeo
games ou assistindo TV. Eles estavam contentes em trabalhar nos campos
com suas famílias, ou admirar as estrelas, aprender sobre as árvores e
animais do Condado, ou experimentar a alegria de colher cogumelos nas
florestas dos fazendeiros vizinhos (ou ainda dar uma espiadela no diário
misterioso de seu tio). Bilbo criou Frodo sozinho depois que ele veio
morar em Bolsão e ele pode muito bem ser o primeiro pai solteiro, dono
de casa, da história da literatura. E Frodo acabou bem, certo?
12. Amigos não permitem que amigos mergulhem na Montanha da Perdição sozinhos
Há uma camaradagem especial entre os habitantes do Condado que vai além
de simples amizade. Os hobbits compartilham um laço que não pode ser
quebrado. Eles vão brigar por um prato de cogumelos levemente fritos na
manteiga, claro, mas eles dariam suas vidas para salvar um ao outro. O
amor platônico de Sam por Frodo é ainda mais poderoso do que o Anel e
lhe dá força para enfrentar desafios aparentemente insuperáveis,
incluindo invadir sozinho uma torre cheia de Orcs maníacos, lutar contra
uma aranha monstruosa e encarar um lunático extremamente obcecado com o
Anel chamado Gollum. No final, talvez, a grande ameaça ao mal de Sauron
não eram os exércitos, mas sim os laços de amor que não permitiram que
os hobbits deixassem seus amigos cair na escuridão e no desespero
sozinhos.
A maior qualidade de Frodo pode ser seu foco. Uma vez que ele decide
aceitar a responsabilidade de destruir o Anel, ele não desistirá. Ele
parte para Mordor sabendo que pode não voltar ao seu amado Condado. Seu
foco contamina Sam, que toma para si o fardo pesado do Anel quando Frodo
é capturado por Orcs. Sam e Frodo passam por atribulações agonizantes
no reino negro de Sauron, enfrentando seus piores pesadelos. Eles vencem
esses desafios através da pura força de vontade. Todos nós temos um
Anel para carregar. O segredo está em carregá-lo por quanto tempo for
necessário e, quando chegar a hora, arremessá-lo ao fogo e nos livrarmos
do fardo. Veja-o derreter.
*Noble Smith é o autor de A Sabedoria do Condado (www.asabedoriadocondado.com),
lançado, no Brasil, pela Editora Novo Conceito. Ele é um roteirista
premiado que já trabalhou como produtor de documentários, escritor de
roteiros de vídeo games e diretor de comunicação para uma organização
pelos diretos humanos. Siga-o no Twitter: www.twitter.com/ShireWisdom.
Eu vi esse texto no site da Novo Conceito, confesso que ri muito com o ultimo item, "livre-se disso, livre-se disso agora!".
Aqui em casa quem leu "O senhor dos Anéis" foi meu irmão, eu tenho por meta ler a trilogia um dia, mas já assisti os filmes trocentas vezes e gosto muito desse universo me trás boas lembranças.
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bom, fiquei meio perdida né, não conheço a história :(
ResponderExcluirtambém não conheço a história ):
ResponderExcluirSeu blog é muito fofo.
ResponderExcluirGostei demais.
Já estou seguindo.
Beijos <3
Adoro Hobbits, acho as imagens fantásticas! ;D
ResponderExcluirNão conheço a trama, mas achei legal o post!
ResponderExcluir:)
Adoro Hobbits, e amei esse livro de sabedoria, trazendo coisas da fantasia pra usarmos na nossa realidade, amei amei amei mesmo ;)
ResponderExcluiramo Hobbits, adorei o post
ResponderExcluirEu vi esse texto no site da Novo Conceito, confesso que ri muito com o ultimo item, "livre-se disso, livre-se disso agora!".
ResponderExcluirAqui em casa quem leu "O senhor dos Anéis" foi meu irmão, eu tenho por meta ler a trilogia um dia, mas já assisti os filmes trocentas vezes e gosto muito desse universo me trás boas lembranças.
amo senhor dos aneis, tenho toda a coleção, e agora depois da estreia de o hobbit sou mais fã ainda!!
ResponderExcluirAwesome website you have here but I was curious about if you knew
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