Resenha " O Bangalô" de Sarah Jio



Edição: 1
Editora: Novo Conceito
ISBN: 9788581638034
Ano: 2015
Páginas: 320



Sinopse: Verão de 1942. Anne tem tudo o que uma garota de sua idade almeja: família e noivo bem-sucedidos.
No entanto, ela não se sente feliz com o rumo que sua vida está tomando. Recém-formada em enfermagem e vivendo em um mundo devastado pelos horrores da Segunda Guerra Mundial, Anne, juntamente com sua melhor amiga, decide se alistar para servir seu país como enfermeira em Bora Bora.
Lá ela se depara com outra realidade, uma vida simples e responsabilidades que não estava acostumada. Mas, também, conhece o verdadeiro amor nos braços de Westry, um soldado sensível e carinhoso.
O esconderijo de amor de Anne e Westry é um bangalô abandonado, e eles vivem os melhores momentos de suas vidas... Até testemunharem um assassinato brutal nos arredores do bangalô que mudará o rumo desta história.
A ilha, de alguma forma, transforma a vida das pessoas, e este livro certamente transformará você.




 A história começa em 2012, Seattle, quando Anne Calloway acorda com a vista de sua neta Jennifer que lhe entrega uma carta que acabara de encontrar no lixo reciclável, uma carta vinda do Taiti enviada por
uma desconhecida e que a faz voltar ao seu passado. Notando como a avó ficou abalada pegou um envelope na bolsa e entregou a ela, o pai o havia encontrado ao mexer em coisas guardadas há muito tempo, e estava cheio de fotos. Anne reviveu muitas coisas e sentimentos ao vê-las e Jennifer observou principalmente quando a avó chegou última, era de Westry e perguntou à ela: "Você o amava?"
"Vovó, o que aconteceu no Taiti? O que aconteceu com este homem? E a carta, por que lhe afetou tanto desse jeito? (...)Eu balancei a cabeça. Que mal faria contar a ela? Eu era uma velha senhora. Não haveria muitas consequências agora, e, se houvesse, poderia superá-las. E como eu desejava revelar esses segredos, mandá-los pelos céus como morcegos em um sótão empoeirado." (pág 15)
Eu adoro histórias com presente e passado, e quando vi que se tratava disso fiquei muito feliz. A autora nos leva para 1942, 70 anos atrás, Segunda Guerra Mundial. Anne tinha 21 anos e tinha tudo para ser feliz, uma família pefeita, dinheiro, acabara de se formar em enfermagem e estava com o casamento dos
sonhos marcado com o melhor partido da região. Porém isso não era suficiente para ela, não queria ser como todas as mulheres que se casavam e viviam para a família, queria mais. E surpreendendo a todos, aproveitou qua sua amiga Kitty se alistara como enfermeira no front da guerra e fez o mesmo.
"A cada momento que passava, sentia minha decisão se fortalecer. Eu precisava ir para o Pacífico Sul com Kitty. Por quê, exatamente? A resposta era um mistério. Mas, mesmo assim, uma coisa era certa: nessa nova aventura eu não estaria simplesmente desempenhando um papel. (pág 47)
Em Bora Bora Anne experimenta uma vida completamente do que estava acostumada. Diziam que a ilha tinha o poder de modificar as pessoas, uma maneira de revelar a verdade sobre elas, e Anne pode confirmar isso. Muitas novas amizades, cumplicidade, mas também decepções e a principal foi com sua amiga Kitty. Eram amigas de infância, mas Kitty sempre agiu de forma inconsequente, e não foi diferente em Bora Bora. Anne tentou lhe abrir os olhos, mas ela não a ouvia e com isso foram se distanciando, e a partir de certo momento sabia que não podia mais contar com ela. Porém a meio de tudo isso, num passeio pela praia em um dia de folga, Anne conheceu Westry, um soldado, e por quem se apaixonaria. Mesmo estando noiva ela se entregou a esse sentimento que não conhecera até então com seu noivo. 

A Segunda Guerra é apenas o pano de fundo dessa história, na verdade ela é uma grande história de amor. Westry era divertido, amável, espontâneo, inteligente, carinhoso, e Anne embarcou com ele numa vida construída num bangalô abandonado e que se tornou o lugar onde podiam se refugiar e esquecer do caos que acontecia na ilha. Não foi aquele amor arrebatador, foi sendo construído, dia a dia.
"Senti algo novo revirar dentro de mim. Westry pressionou os lábios contra os meus tão suave e perfeitamente. Ele me puxou para mais perto, derrubando qualquer resitência que pudesse persistir. Segurou-me em seus braços, me embalando. Vinte e sete de novembro. Era uma data sem importância, apenas um pontinho no calendário. Mas foi também o dia que mudou minha vida: o dia em que comecei a amar Westry." (pág 121)
A tranquilidade que viviam durou pouco, eles presenciam um assassinato terrível, não puderam fazer nada para impedir e com isso surgiram segredos, mistérios, dúvida e dor que abalaram a
cumplicidade deles. É sobre esse assassinato que se trata a carta que Anne recebeu no início da carta, um assassinato nunca resolvido.
O período de trabalho de Anne termina e é chegada a hora de se despedir de Westry, voltar para sua antiga vida e se casar com Gerard. E todos os momentos maravilhosos que viveu na ilha ficariam guardados em suas lembranças, em seu coração.
"A magia que encontramos no bangalô se fora, e podia sentir a magia desaparecendo à medida que o avião ganhava força e altitude. Eu assisti à ilha ficar cada vez menor, até se transformar em um mero ponto no mapa. Um ponto onde tanta coisa acontecera, e onde tanta coisa fora deixada para trás." (pág 225)
Com aquela carta, não voltaram apenas todas as lembranças das pessoas, mas as próprias pessoas. Com incentivo de Jennifer, ela decide voltar à ilha, talvez fosse o momento de ajudar a desvendar aquele crime. Mas o que Anne não esperava é que a ilha lhe reservava muitas surpresas, assuntos inacabados, segredos a serem revelados, a verdade sobre tudo que aconteceu lá e ela finalmente iria entender porque não pôde passar todos esses anos ao lado do seu grande amor.

O Bangalô é uma história envolvente, emocionante e o melhor, com um final surpreendente, adoro isso! Todas as dúvidas serão respondidas e todos os mistérios serão desvendados. É daqueles livros que você ao terminar de ler, de fechá-lo, leva algum tempo para se desligar. Todos os personagens são muito bem construídos, vai amá-los ou odiá-los na mesma proporção. Sarah Jio figura entre minhas autoras preferidas e preciso urgentemente ler Violetas de Março, único que não li ainda.



“Nunca ignore o que o seu coração está dizendo, mesmo que isso a machuque, mesmo quando segui-lo pareça ser muito difícil ou inadequado.”


Livro cedido pela nossa parceira Editora Novo Conceito



2 comentários

  1. Oi Lucy!!

    Eu ainda não li, mas pela resenha parece ser realmente uma história envolvente e bem desenvolvida! Gostei!

    Bjs, Mi

    O que tem na nossa estante

    ResponderExcluir
  2. Eu me apaixonei pela Sarah depois de ler "Neve na Primavera" em maio do ano passado. Foi uma leitura catártica, cheia de emoção que me trouxe uma carga emocional muito grande então quando o Alexandre recebeu ele me deu de cara... Estou com ele aqui para ser lido e olha pelo jeito é melhor preparar os lencinhos... e o amor... pq acho que vou amar esse livro!

    #DoQueEuLeio

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