Publicar ficção, contos, quadrinhos,
literatura fantástica e demais estilos criativos tem sido o desafio
enfrentado pelo editor da Editora Draco, Erick Sama, que tem apoiado a
publicação de novos autores brasileiros e desenvolvido um atendimento
diferenciado ao leitor por meio do site oficial da editora. Leia a
seguir entrevista exclusica com Erick Sama.
1 – Quem é Erick Sama?
Ainda sou o mesmo apaixonado por todas
as vertentes da cultura pop, independente de origem, contexto ou época.
Um cara que gosta desde de videogames, quadrinhos, música e cinema da
mesma forma que a literatura, um grande gosto que pude transformar em
profissão.
2 – Quando você decidiu fundar ou se tornar editor da Draco?
Na verdade a ideia era abrir uma editora
de quadrinhos, um projeto que vem desde 2003, nos tempos da graduação.
Depois de uma tentativa frustrada de entrar no mercado, voltei em 2009
ao ver como as editoras tratavam a literatura fantástica no evento
Fantasticon. Como já trabalho no mercado editorial há quase 14 anos,
decidi fazer minha parte para tentar profissionalizar autores e
ilustradores dedicados à literatura e ajudar as obras nacionais a terem o
respeito de distribuidores e leitores.
3 – Qual é o posicionamento da Editora Draco ?
A Editora Draco é uma casa de literatura
fantástica (em todas as vertentes e gêneros). Entretenimento e cultura
pop são interesses pessoais meus e inspirado por iniciativas de editoras
e lojas que sempre trouxeram material estrangeiro, queremos dar o mesmo
a quem curte essas coisas, mas feito somente por brasileiros, ou, no
máximo, em língua portuguesa, sem traduções. O mercado já tem muitas
boas editoras que trabalham com traduções e adaptações de conteúdos
estrangeiros, então pretendemos levar os autores brasileiros a esses
leitores como qualquer grande editora faria, com tratamento cuidadoso
nas edições, projetos gráficos e capas, tudo o que puder melhorar a
experiência da leitura.
4 – Como tem sido a resposta do público em relação aos lançamentos da editora?
Somos beneficiados por estarmos próximos
do público graças às redes sociais. Podemos acompanhar suas impressões,
detectar problemas e descobrir onde erramos. Mas os elogios ainda têm
sido muito mais constantes, o que torna esse trabalho extremamente
compensador. As maiores conquistas são quando chegamos a leitores que
nunca ouviram falar de nosso trabalho e então postam uma mensagem na
internet ou mesmo enviam cartas, isso mesmo, as de papel, para comentar
sobre o que temos feito. Isso nos dá a certeza de que estamos no caminho
certo, o que é muito bom, pois apenas começamos, completamos 2 anos em
novembro de 2011.
5 - A editora Draco está organizando uma antologia de contos fantásticos, detalhe o projeto.
Na verdade são várias as antologias
abertas com temas fantásticos, podendo ser acompanhadas pela nossa
agenda de eventos e antologias em nossa página do Facebook http://www.facebook.com/editoradraco?sk=events
ou no Draco Blog blog.editoradraco.com. Para todas elas estamos sempre
buscando unir os veteranos e revelar novos talentos, uma postura que faz
parte da missão da Draco como empresa.
6 - Recentemente, entrevistamos Octavio
Aragão, que lançou pela Draco o livro e quadrinhos “Para Tudo se Acabar
na Quarta-feira”. A editora pretende aprofundar seu catálogo de
quadrinhos?
Sim, abrimos inclusive a seleção para a coletânea Imaginários em quadrinhos,
inspirada pela nossa coleção Imaginários de contos de diversos temas,
estilos e gêneros como fantasia, ficcção científica e terror, de
literatura. Mais detalhes podem ser encontrados no post de nosso blogue http://blog.editoradraco.com/2011/12/imaginarios-em-quadrinhos-quadrinistas-roteiristas-e-ilustradores-brasileiros-uni-vos/. Já temos dois volumes em andamento à todo vapor. Além da Imaginários em quadrinhos, estamos avaliando álbuns completos e reunindo artistas e roteiristas para um trabalho dedicado à produção nacional.
7 – Em 2011, apoiamos o lançamento do
movimento virtual DQB (Democracia ao Quadrinho Brasileiro) para reunir
opiniões e ações favoráveis à ampliação do mercado ao quadrinho
nacional. Você, como editor, o que acha de termos mais incentivos
fiscais e mercadológicos para o quadrinho nacional em livrarias, bancas e
web?
Acho que qualquer tipo de ação que ponha
mais material brasileiro no mercado é positiva. Estamos em um momento
em que muitas editoras e autores surgem graças à divulgação
possibilitada pelas redes sociais e mesmo a mentalidade varejista hoje é
a favor da diversidade de títulos, o que dá oportunidade a iniciativas
como a nossa. Por isso, acho que qualquer imposição de cotas deve ser
feita com cautela, pois essa mesma simpatia pela diversidade pode virar
um problema quando quem comercializa é obrigado a dar espaço. A produção
facilitada por incentivos fiscais deu uma nova dinâmica ao cinema
nacional, que ainda sofre muito com a distribuição, mas primeiro é
importante vencermos a desconfiança da produção nacional e conscientizar
que só o apoio do público irá profissionalizar o mercado o que nos dará
mais artistas e autores trabalhando somente nisso, melhorando a
qualidade e a oferta de material ao leitor.
8 – Na sua opinião, em virtude do
sucesso de literaturas fantásticas jovens como “Crepúsculo” e “Harry
Porter”, podemos concluir que a garotada de hoje lê mais do que às
gerações anteriores nessa faixa etária?
Não acredito nisso. Antes do século XX
os textos mesmo para crianças eram mais complexos e densos, o que
continuou até a segunda metade do século passado. Tivemos revistas de
contos e folhetins nos jornais. Depois tivemos um mercado de gibis com
tiragens de milhões, o que é fora de cogitação atualmente, quando
quadrinhos são produtos de nicho encontrados em livrarias e não
necessariamente em todas as bancas. Talvez o jovem brasileiro esteja
voltando a ler, ou pior, esteja começando a ler, pois muitos que nunca
tiveram acesso à leitura por falta de dinheiro para gastar com
entretenimento estão agora se interessando por assim poderem. O que
temos hoje mais do que nunca é acesso à informação, acesso direto a quem
produz esses conteúdos, como autores e editoras, e acesso a livrarias
mesmo para quem mora fora dos grandes centros, graças ao comércio
eletrônico. E para nós, que produzimos, temos acesso a quem nos lê, o
que parece muita gente, mas acredito que público sempre houve.
9- O que podemos esperar da Draco para 2012-2013?
Um grande aumento de catálogo, além da
entrada definitiva no mercado digital. Os ebooks serão a ponte para
alcançarmos leitores que nunca tivemos acesso, como quem mora em outros
países ou simplesmente quem quer livros mais baratos e com entrega
instantânea. Além disso, os quadrinhos, uma paixão pessoal minha e que
quero muito poder investir. Podem esperar também a mesma dedicação à
produção nacional de literatura fantástica, quadrinhos e novos meios que
chegarem às nossas mãos. A Draco é acima de tudo uma produtora de
conteúdo.
10 – Mande seu recado final.
Agradeço a oportunidade de falar um
pouco sobre o nosso trabalho e desejo muita leitura e diversão para os
leitores e amantes de cultura pop, como eu.
Acesse o site e blog da editora:
*texto retirado do site Meu Herói
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