Resenha do livro "Pão e Arte " de Ana Lúcia Merege - Escrita Fina Edições

Sinopse

Um jovem saltimbanco, chamado Zemel, viaja com seu mestre, o artista de fantoches Cyprien de Pwilrie, para o Oeste de Athelgard. Vão com eles outros artistas e artesãos, como o ferreiro Hank e sua esposa, Katja. Estes dois, numa reviravolta surpreendente, acabam por sequestrar Zemel quando chegam a Golrod, cidade em que ambos já viveram. Agora o lugar passa por grandes problemas, como a escassez de alimentos, em razão de uma aposta entre dois senhores de terra que buscam reduzir os camponeses à escravidão.

Cyprien de Pwilrie, homem justo, verdadeiro paladino medieval, diante do absurdo da disputa dos dois senhores e do revoltante sequestro de seu aprendiz, trama um plano para, junto com seus amigos e os camponeses oprimidos, invadir o castelo de Golrod e acabar com aquela situação de desrespeito e tirania. Nessa empreitada, Cyprien também conta com a ajuda corajosa de Zemel, que se torna um informante do mestre dentro do castelo.

Uma narrativa que celebra a justiça social, bem como a amizade e admiração tão frequentes na relação de mestre e aprendiz.

Título: Pão e Arte
Autor: Ana Lúcia Merege
Editora: Escrita fina
Edição: 1  / Ano: 2012
Idioma: Português
Especificações: Brochura | 224 páginas
FICHA TÉCNICA
ISBN: 978-85-6387-750-5

 

 

Sabe aqueles livros de leitura leve e agradável, que quando você percebe já terminou de ler? Este é um deles. Acredito que a maioria, senão todos, da minha geração leram a Coleção Vagalume da Editora Ática, livros como O caso da borboleta Atíria, A montanha mágica, A ilha perdida, entre outros. Livros que ficaram no nosso imaginário. E ao ler Pão e Arte, fiz uma viagem no tempo, o tipo de literatura que lia quando criança/adolescente, e que incentivarei meu filho a ler.

A autora Ana Lúcia Merege ( http://www.estantemagica.blogspot.com.br)
nos leva a Athelgard, homônima a região do seu livro O Castelo das Águias (http://castelodasaguias.blogspot.com.br), para acompanhar as aventuras do saltimbanco Zemel, um menino aprendiz e acrobata. Em sua peregrinação de cidade em cidade, vivendo de "pão e arte", a trupe de Zemel é convencida a ir à cidade de Golrod, com a promessa de bons lucros, o que eles não sabem é que a região está em iminente guerra civil, os campesinos sobretaxados pelo governo, passam fome e estão a ponto de rebelar-se. Os próprios camponeses são levados à medidas extremas para mudar sua situação. Em meio a este cenário desanimador, os personagem são surpreendidos pela traição do ferreiro Hank e sua esposa Katja, que sequestram Zemel e o levam para Golrod, separando-o de seu mestre e sua trupe. É neste momento,que Zemel utiliza toda a sua inteligência e habilidade para sobreviver na idade, enquanto mantém a esperança de ser resgatado pelo seu mestre.

A trama destaca as relações sociais medievais e a busca pela igualdade no seio desta sociedade,marcada por uma nobreza que age a seu bel prazer e o povo que tem que arcar com as custas deste processo. Mas não é uma obra maniqueísta, dentro da nobreza há aqueles que também se revoltam com o que está acontecendo e serão de imensa ajuda a Zemel e Cyprien em sua busca por justiça. Apesar de tratar de temas dramáticos o livro não perde a sua leveza e lirismo, principalmente na cena do unicórnio. O final não foge ao esperado, bem condizente com a obra, deixando uma mensagem positiva para os leitores.

Um bom livro para todas as idades, que atiça a curiosidade para ler os outros livros da autora.

Avaliação 3 - Bom