A vida de uma escritora

Eu estava absorta em meu escritório escrevendo compulsivamente. Quando surgia alguma ideia eu precisava me isolar para dá vazão a minha imaginação até que o meu conto terminasse. Estava num desses momentos que não podia parar, respirava cada pensamento, absorvia cada letra e jogava no papel as palavras que iam se moldando numa história que iria envolver aos meus leitores o tanto que me envolvia em sua criação.

Desde jovem cultivei o gosto pela leitura, e foi inspirada nos escritores que despertei a vontade de escrever, contar histórias e, com o passar do tempo, me tornei uma escritora. Iniciei elaborando alguns editoriais e consegui algum sucesso com contos infantis. No decorrer dos anos fui deixando me levar por minha imaginação e criando uma série de histórias de ficção que me levavam ao delírio. Já havia editado dois livros que estavam na lista dos mais vendidos.

Agora estava entregue a criação do terceiro livro da série em minha biblioteca. Aqui fico o tempo que for necessário. Pouco me alimento, minhas horas de sono são cochilos que só servem para clarear minhas idéias.

Sentada nesta cadeira sempre acompanhada de um café e na frente de um caderno e um computador traçava os momentos mais marcantes de meu herói. Levava meses nesse confinamento até finalizar o livro e, ao encerrar a escrita do último capítulo, respirava de alívio e felicidade como se acabasse de ter dado a luz a um novo filho.

Ser um escritor é brincar com as palavras, é escrever com a alma além do coração e é esse dom que flui na minha veia que me guia. É essa essência que faz de cada novo livro que nasce mais um ciclo desta minha vida de escritora.

Irene Moreira

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