Resenha " Intergaláctica " livro #1 de F.P.Trotta

A Saleta de Leitura  convidou para ler e resenhar este livro o  Luciano A. Santos  do blog Ponto Livro que mais uma vez aceitou permitindo compartilharmos o prazer da leitura com nossos amigos e leitores. Vamos então conhecer qual a sua opinião sobre “Intergaláctica” do autor F.P. Trotta. 

Uma conspiração para controlar o rumo da mais importante expedição espacial da história da humanidade. 3 de Maio de 2031 - No dia de lançamento da aguardada expedição da NASA para explorar a lua de Júpiter, uma das candidatas para habitar vida extraterrestre, a psiquiatra Amanda Collins acorda de um coma após meses batalhando contra uma meningite aguda.Junto com seus pacientes Stryker, Ripley e sua amiga Lina, eles descobrem que fazem parte de um crescente quebra-cabeça envolvendo uma corporação geopolítica underground chamada A Firma, que planeja sabotar a missão, usufruindo de uma nova tecnologia para saquear a nave e destiná-la para um planeta habitável localizado dezessete anos luz da Terra. O quarteto então inicia uma operação para descobrir a verdade por trás da conspiração, mergulhando de cabeça na maior expedição planetária da história da humanidade. 

Edição: 1

Editora: Livros Ilimitados

ISBN: 9788566464566

Ano: 2015

Páginas: 279

Skoob

Para quem já me visitou no blog, não é novidade o quanto me sinto em casa com dois gêneros de livros: os policiais, e a ficção científica. Então foi um grande prazer atender ao convite da Irene, aqui da Saleta, para a leitura de “Intergaláctica”, que me deixou curioso e ainda mais intrigado para ler por ser um livro de um autor nacional.

Há quase três anos atrás, um convite da Irene também foi o responsável por me apresentar à Jane Austen.Na ocasião, li “Orgulho e Preconceito”.   [ resenha aqui]

No livro, Amanda é uma psiquiatra que vive escondida do pai, um grande cientista que desenvolvera uma tecnologia ultra avançada no setor de energia, que lhe rendera uma grande corporação e um complexo de Deus. Depois de um trágico evento, Amanda e o pai ficam vinte anos sem se falar, mas um novo projeto, amplamente anunciado, do primeiro vôo tripulado para Europa – não a Europa, mas sim a Lua de Júpiter! – faz com que um alerta acenda na cabeça da moça: ela sabe que seu pai está metido nisso, e ela tem de descobrir o porque.

Os primeiros capítulos do livro foram um pouco confusos, demorei um segundo a mais para me situar, o que fez com que ficasse meio perdido, só conseguindo entrar “na ação” mesmo quando Amanda acorda de um coma, se vê cercadas de amigos, e disposta a desmascarar o pai.

Amanda é uma personagem que tinha tudo para não me agradar: uma psiquiatra com uma abordagem um tanto controversa da psiquiatria no tratamento de seus pacientes – e amigos – com muitos diálogos que poderiam me dispersar, mas não o fizeram. Por mais que eles pudessem ser encurtados – quando decide confrontar o pai, ela resolve ceder à sua pressão e, acompanhada de alguns amigos, se infiltrar na empresa dele e “implodir” tudo de dentro pra fora, treinando psicologicamente seus aliados para que suas reais intenções não fossem descobertas  - é possível perceber que eles não estão totalmente soltos, e ao final compõem bem a narrativa. Mas bem que ela poderia se achar menos, essa coisa de “eu sei o que estou fazendo” o tempo todo pode muito bem dar lugar para uma protagonista perdida de vez em quando.

O livro tem alguns elementos de FC clássicas, como ciências reais aplicadas à história – no caso do livro, psicologia, psiquiatria, física – e conceitos ainda ficcionais, como estase e longas viagens espaciais que casam muito bem com a parte fantástica da coisa – aqui parabenizo o autor! – e que chegam ao auge nas cenas de ação.

Mas ainda acho que ele precisa de uma lapidada na narrativa. Algumas frases não funcionam como deveriam, como se estivessem precisando de certo polimento, que se aparassem as arestas. E, como o livro foi escrito em inglês e depois traduzido, alguns termos parecem fora do lugar – em uma passagem, onde Amanda diz que a empresa do pai é subterrânea, eu não entendi se ela queria realmente dizer isso, ou que a empresa era “underground”.

Agora, os capítulos finais vão te fazer questionar até se você realmente leu o livro. Eles fazem toda a experiência de leitura valer a pena, e vai levar um tempo até que você calcule todas as implicações que isto pode acarretar.

No final, recomendo o livro. Quem gosta de ficção científica, tem aqui um livro que deve ser lido.

F. P. Trotta

https://www.facebook.com/franco.trotta

Me chamo Luciano A.santos, tenho 29 anos e sou o que chamam de rato de biblioteca desde os 11, ou seja, mais da metade de minha vida passei nos corredores estreitos e cheios de mistérios e aventuras que se desvendavam a mim a cada nova obra lida. Saiba mais aqui